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Aborto legal, seguro e gratuito
Pão e Rosas no SESO/UnB discutiu como conquistar o direito ao aborto e derrotar a extrema direita
Luiza Eineck
Estudante de Serviço Social na UnB
Pão e Rosas DF

O grupo internacional de mulheres realizou uma reunião aberta, contando com a presença de Jimena Vergara, ativista feminista dos EUA, e dezenas de estudantes interessados em debater como resistir aos absurdos casos recentes de machismo e violência estatal, além do retrocesso histórico ao direito ao aborto nos EUA, e como conquistar aqui no Brasil o aborto legal, seguro e gratuito.

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No dia 28/06, realizamos uma reunião aberta do grupo de mulheres Pão e Rosas para debater a urgência da conquista do direito ao aborto, num contexto de ofensiva da extrema direita e dos capitalistas a esse direito elementar das mulheres. Tomando como ponto de partida os casos asquerosos recentemente ocorridos, como a tortura imposta por uma juíza bolsonarista a uma criança de 11 anos coagindo a menina à manutenção da gravidez contra sua vontade; o caso da atriz Klara Castanho; e por fim o histórico retrocesso nos EUA, promovido pela Suprema Corte, que derrubou a garantia federal ao direito de realização do procedimento nos estados; debatemos como o movimento de mulheres pode se organizar para impor suas reivindicações.

Na fala de abertura, de Luiza Eineck, estudante do Serviço Social, foi abordado como a extrema direita de Bolsonaro e Damares, junto às demais forças do regime, vem avançando, principalmente, sob os direitos de mulheres, negros, indígenas e LGBTs. Os ataques econômicos, promovidos por esses setores, impactam em primeiro lugar essa população oprimida, potencializando o efeito do desemprego, da miséria e da fome sobre eles. Mas além disso, eleger esses setores como inimigo número um, significa incrementar a violência estatal contra eles, como nos casos citados, ou no crescimento das chacinas contra os negros, como também assassinato de Dom e Bruno.

Nesse sentido, a ofensiva reacionária da burguesia no direito das mulheres tem como objetivo colocar esse setor, que está na dianteira daqueles que mais sofrem com os malefícios produzidos pela crise capitalista, na defensiva, prevenindo sua revolta. O que os capitalistas mais temem é que o explosivo potencial de mobilização desses setores tome as ruas e arranque os seus direitos em base à luta independente contra todo o regime, como foi o exemplo vitorioso das mulheres argentinas que protagonizaram a gigantesca Maré Verde para obrigar a legalização do aborto no país. Portanto, um dos desafios para o movimento de mulheres é como organizar sua luta de forma independente, sem confiar que nenhum representante alçado por esse regime reacionário vai legalizar o aborto, como os anos de administração petismo ilustra, que inclusive contou com uma mulher a frente para não legalizar o aborto e usar essa pauta como moeda de troca para suas alianças com os setores mais reacionários. Essa necessidade da independência de classe se revela até mesmo na atuação do Psol, pois como as feministas do partido irão defender a legalização desse direito elementar em unidade com a Rede, partido burguês contrário a sua legalização?

Nos EUA, como mostrou a companheira do Left Voice, organização norte-americana irmã do MRT, Jimena Vergara, a luta das mulheres que está tomando as ruas contra a decisão da Suprema Corte, precisa ser independente do Partido Democrata, que busca sempre cooptar as pautas sociais, desviando a energia da mobilização das ruas para dentro do regime, como vimos com a potência da luta antirracista do Black Lives Matter que foi desviada para apoiar a vitória de Biden. A similaridade do contexto dos EUA com o Brasil ficou evidente na fala da companheira, que expôs como o ataque ao direito ao aborto é parte da ofensiva da extrema direita trumpista. Além disso, se evidencia o caráter reacionário do judiciário, tanto lá como aqui, como parte dos instrumentos da burguesia para impor a opressão.

Entretanto, como Jimena mostrou, o contexto dos EUA também mostra as transformações dentro da classe trabalhadora, com um potente processo de sindicalização, capitaneado pelos setores de mulheres, negros, e imigrantes, que desde o BLM protagonizaram ações que reivindicam a luta dos setores oprimidos, evidenciando o caráter indissociável entre a luta contra a exploração e a opressão. Uma perspectiva que demonstra o espaço na chamada geração U - de Union (sindicatos)- para a construção de um feminismo socialista, que se proponha justamente a defender essas bandeiras como parte estratégica das tarefas da classe trabalhadora. Nesse sentido, estamos impulsionando o lançamento do grupo internacional de mulheres Pão e Rosas nos EUA.

Frente a todos esses ataques, a violência com que a extrema direita e os capitalistas vem atacando as mulheres e demais setores oprimidos, ressaltamos a importância e a necessidade de um debate como esse e atividades que se proponham a organizar nos locais de trabalho e estudo as mulheres para colocá-las na linha de frente da resistência. Diante disso, é lamentável o papel cumprido pela Gestão Araticum do CASESO, composta por militantes do Juntos/PSOL, que buscou barrar a realização da atividade, a partir de uma concepção, equivocada na nossa concepção, de que os espaços conquistados pelos estudantes pertencem exclusivamente a gestão, não podendo ser usados organicamente pelos estudantes e demais organizações para realizar as suas atividades.

 
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