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UNICAMP
A visita de Fernando Holiday à Unicamp exige resposta dos estudantes em defesa das cotas
Victoria Gordon
Ana Vitoria Cavalcante

Nesta quarta-feira, 29, irá acontecer o evento do reacionário coletivo Unicamp Livre tendo como convidados Fernando Holiday, propagandista anti-cotas e ex-representante do Movimento Brasil Livre (MBL) e Leo Siqueira, outra figura dessa escória neoliberal. O evento irá tratar sobre o financiamento das universidades públicas e a política de cotas. É necessário uma forte resposta do movimento estudantil a esse debate.

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Foto: Afonso Braga

O evento, que contaria com a presença de Sérgio Moro, figura da farsa Lava-Jato e ex-ministro do governo de extrema-direita de Bolsonaro, nada mais é do que um palco para a direita neoliberal, que leva a frente as principais políticas anti-operárias e que acabam com o futuro da juventude, e deve ser rechaçado pelos estudantes da Unicamp.

O MBL foi um dos setores a apoiar o golpe institucional de Dilma em 2016, que veio para aprofundar a subordinação do Brasil ao imperialismo, aprovando ataques ainda mais profundos e em tempo acelerado do que o PT já vinha fazendo. Junto ao governo Bolsonaro e Mourão, e ao conjunto do regime político como STF e Congresso, sempre estiveram a frente nos ataques aos trabalhadores, aos direitos dos negros, mulheres e LGBTQIA+.

Este ano se completam 5 anos que a lei de cotas foi aprovada, através da luta do movimento negro e estudantil, e também é o ano em que essa lei será revisada. Não é atoa que a direita quer fortalecer figuras que levam a frente um discurso meritocrático e demagógico contra essa lei. Por isso precisamos estar organizados e fortalecidos para não só manter a política de cotas como ampliá-la.

No último mês, vimos contra a juventude, a tentativa de aprovação da PEC 206 que autoriza a cobrança de mensalidade nas universidades públicas. PEC de autoria de Kim Kataguiri, ex-parceiro de MBL de Holiday, e do reacionário general Paternelli (União Brasil-SP). Além dos ataques constante desse setor ao direito às cotas, conquistadas com muita luta pelo movimento negro e estudantil, Holiday é pioneiro no ataque a esse direito, defendendo que a juventude negra e pobre entre na universidade pelas portas dos fundos.

Figuras como essas ganham ainda mais espaço com o governo Bolsonaro e sua política de desmonte da educação, agora com o escândalo de corrupção do ex-ministro do MEC, Milton Ribeiro, com os cortes bilionários das universidades públicas e com muitas delas correndo o risco de fecharem as portas. No âmbito estadual, as universidades como USP, Unicamp e Unesp, administradas por reitores que se colocam como oposição a Bolsonaro, aplicam os ataques com ajustes orçamentários ao mesmo tempo que apoia a introdução do capital privado dentro da universidade, reafirmando um projeto de universidade cada vez mais privatista e excludente. Isso escancara que para a burocracia universitária, como as reitorias, a produção de conhecimento da universidade é para os interesses das grandes empresas, como a Movile, dona do Ifood, e empresa filha da Unicamp.

Estamos em um momento em que Bolsonaro, a extrema-direita e também o chamado "centrão", com expressões de uma base social consolidada, caminham a passos largos com seus ataques aos trabalhadores e os setores oprimidos, como vimos com os escandalosos casos de assassinato de Genivaldo, Dom e Bruno. Também com o reacionarismo do judiciário que tentou proibir uma criança de 11 anos, vítima de estupro de realizar o aborto.
Essas são provas claras de um momento reacionário, do qual Bolsonaro e Damares são representantes, e que só serão derrotados com a luta independente da juventude aliada aos trabalhadores e os setores oprimidos, dando uma saída consequente a todos os ataques em cursos dos quais Holiday e Siqueira também são representantes. Não podemos depositar nossa confiança nas eleições como saída pra essa crise, ainda mais apostando em chapas de conciliação de classes, como é o caso de Lula e Alckmin, que nada efetivo tem a nos garantir.

Desta forma, é urgente a defesa da universidade pública, a defesa e ampliação intransigente das cotas nas universidades públicas para que toda a população pobre possa acessar a universidade pela porta da frente e que isso seja um grande ponto de apoio para que lutemos por mais, rumo ao fim do vestibular e da estatização das universidades privadas, que se financiam através do dinheiro público. Que as centrais sindicais, dirigidas pelo PT e PCdoB, e também a UNE, organize sua base, com um plano de lutas efetivo para derrotar a extrema direita e todas as suas políticas reacionárias.

Lutemos para que todo o aparato educativo, estrutural e científico das universidades esteja a serviço da classe trabalhadora e do povo pobre.

 
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