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Contra o bolsonarismo
Milton Ribeiro, Judiciário machista e a urgência de lutar pela separação entre igreja e Estado
Cássia Silva

A separação entre igreja e Estado, como enfrentamento ao regime político brasileiro de conjunto, está lado a lado de lutar pelo direito ao aborto contra a extrema-direita, Bolsonaro e Milton Ribeiro, que beneficiam a bancada evangélica, e o Judiciário machista que coage uma menina de apenas 11 anos grávida por um estupro.

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Nesta semana, acendeu a revolta de mulheres, jovens, trabalhadoras e trabalhadores pelo país a absurda coação da Juíza Joana Zimmer a uma menina de apenas 11 anos grávida por um estupro, dizendo: "pode esperar mais um pouquinho?". Assim como ontem, quarta (22), o ex-ministro da Educação de Bolsonaro, Milton Ribeiro, foi preso por desviar dinheiro do MEC a pastores.

Precisamos ir às ruas pela cassação dessa Juíza, pelo direito ao aborto legal, livre, seguro e gratuito. Unificando mulheres, estudantes, trabalhadores e o conjunto dos setores oprimidos e do povo pobre também contra o bolsonarismo e Milton Ribeiro, assim como Damares Alves.

Veja também: Tomar as ruas pela cassação da Juíza Joana Ribeiro e pelo direito ao aborto

Esses absurdos são também resultado da ligação do Estado brasileiro com a Igreja Católica e igrejas evangélicas. A crença individual não pode significae a imposição de posições que fortalecem violência e morte de milhões, assim como escancara o reacionarismo que vivemos hoje com o regime político brasileiro, Bolsonaro herdeiro do golpe institucional de 2016, com seus ministros beneficiando a bancada evangélica. A separação entre igreja e Estado, como enfrentamento ao regime político brasileiro de conjunto, está lado a lado de lutar pelo direito ao aborto, ainda mais diante da nova cartilha do Ministério da Saúde, que tipifica como crime qualquer caso de aborto, e mesmo nos casos legais, as mulheres são ameaçadas a não terem esse direito garantido, como é o caso da menina de 11 anos. Isso num país que onde 100 crianças são estupradas por dia, e onde o número de mortes de mulheres vítimas do aborto clandestino aumentou em 233% de 2020 para 2021.

Bolsonaro, seus ministros, o Congresso e o Judiciário, como o STF que atacou Mari Ferrer em 2020, são os mesmos que não garantem nenhum direito à maternidade plena e direito à infância e precarizam o trabalho das mulheres. Eles estão unificados em passar cada um dos ataques, como a reforma trabalhista que ataca gestantes, mulheres e homens trans por exemplo, que são trabalhadores. Não podemos confiar no Judiciário autoritário, que articulou o golpe de 2016 e manipulou as eleições de 2018, prendendo e prescrevendo Lula para caçar milhões de votos, como fez o TSE com a biometria. Assim como de nenhuma maneira a Polícia Federal que prende Milron Ribeiro deve receber nossa confiança, pois sua atuação nunca é no sentido de defender a justiça ou a educação, mas sim faz parte do aparato repressivo do mesmo Estado que assassinou Genivaldo e que aplica cortes bilionários na educação.

Por isso é fundamental que os movimentos de mulheres, as centrais sindicais e entidades estudantis convoquem e fortaleçam as manifestações em todo o país. Coloquemos a força imparável das mulheres nas ruas junto com o conjunto da classe trabalhadora para garantir educação sexual para decidir, contraceptivos para não engravidar e aborto legal, seguro e gratuito para não morrer! Para isso, é necessário que a CUT, a CTB e a UNE, que dirigem milhões de trabalhadores e estudantes pelo país, encabeçadas pelo PT e pelo PCdoB, assumam essa responsabilidade de articular assembleias para que cada trabalhador e cada estudante tenha direito a decidir os rumos da luta.

É urgente lutar pela separação da igreja e do Estado e confiar nas nossas forças organizadas nas ruas e em cada local de trabalho e estudo, não confiando na conciliação de classes petista, mas na exigência a esse setor que está em inúmeros sindicatos e entidades estudantis pelo país que organize nossa luta pela base, afinal em 13 anos de governo não legalizou o aborto, fortaleceu a bancada evangélica com a Carta ao Povo de Deus e colocou Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos. E que hoje se alia com Geraldo Alckmin, ex-tucano agora do PSB, ladrão de merenda e membro da Opus Dei. O caminho da conciliação com a direita foi o que levou o PSOL a conformar uma federação partidária com a REDE de Marina Silva, que se colocam contra o direito ao aborto. Mais do que nunca precisamos construir nossa luta em cada local de trabalho e estudo, fortalecendo a independência de classe.

Tomar as ruas pelo direito ao aborto e pela separação da igreja e do Estado, contra Milton Ribeiro e o Judiciário machista!

 
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