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Vitória: Motoristas da USP derrubam chefe assediador pela força da greve
Redação

Os motoristas do pool da USP conquistaram uma importante vitória: depois de muitos anos denunciando os abusos e humilhações por parte da chefia, sem que nenhuma atitude fosse tomada pela Reitoria, eles decidiram cruzar os braços e paralisaram os serviços nesta segunda-feira. A organização e unidade dos trabalhadores obrigou que a Reitoria tomasse alguma atitude, e no dia de hoje afastou o chefe assediador para averiguar as denúncias por uma sindicância.

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Essa importante conquista dos trabalhadores do pool de motoristas demonstram que só é possível arrancar nossos mínimos direitos com organização e luta. Há anos estes trabalhadores denunciam desde absurdos casos de assédio moral e preconceito até coerção para obrigá-los a trabalhar em veículos irregulares e em situação insegura. Em maio, quando os trabalhadores realizaram uma primeira paralisação, os representantes da Reitoria chegaram a ir até o setor e tomaram conhecimento da situação, mas nenhuma medida havia sido tomada até agora. Foi apenas quando os trabalhadores decidiram que não iam continuar trabalhando submetidos a esse tipo de abuso e assédio que a Reitoria tomou uma atitude.

Com a nova paralisação iniciada na segunda-feira, a Reitoria foi obrigada a reconhecer a gravidade das denúncias, afastar o chefe e abrir uma sindicância para apurar os fatos. Diante disso é fundamental que os trabalhadores sigam sua organização para exigir que a Reitoria ouça na sindicância os trabalhadores, especialmente os que sofreram abusos e assédios e os que testemunharam esses casos. Sabemos que a intenção da Reitoria com essas medidas é enrolar e engavetar esses casos, muitas vezes chamando para depor apenas aqueles que corroborem com a versão do chefe e não dos trabalhadores. Afinal, esses processos administrativos e sindicâncias são sempre montados para favorecer os interesses da Reitoria, não à toa, é com essas medidas que eles vêm buscando punir e amedrontar os lutadores.

E é importante ficar claro que o chefe é o responsável imediato por esses assédios e humilhações, mas que ele não fez o que fez sozinho. Vários foram os relatórios de viagens de risco, várias foram as denúncias de abusos, mas nenhuma delas foi levada em conta durante esses dois anos pela COPERT (Comissão Permanente de Relações de Trabalho) ou pelo coordenador da CODAGE (Coordenadoria de Administração Geral), que simplesmente permitiram que um chefe desses se mantivesse no mando. Ou seja, a Reitoria também tem responsabilidade sobre as atitudes desses chefes assediadores.

No caso dos motoristas, a discriminação partiu da própria Reitoria, que vem há anos tratando os trabalhadores do transporte de maneira diferenciada do conjunto dos trabalhadores da USP, impedindo que eles registrem sua frequência real de horas trabalhadas para não pagarem as horas extras e para poderem burlar a lei que não permite exceder certo limite de horas trabalhada por dia. Com essa atitude discriminatória a Reitoria cria condições para que surjam chefes que acham que também podem destratar os motoristas dessa forma.

Por isso é fundamental reforçar que somente a organização e unidade dos trabalhadores e o método de não aceitar seguir trabalhando sob humilhação, foi o que permitiu essa conquista. Que é necessário seguir em alerta e organizados para garantir as condições seguras de trabalho e que não haja mais assédio. Que esse exemplo se generalize, pois quinta-feira, às 11h, vai ter um ato chamado pelo SINTUSP em frente a Reitoria para exigir a abertura de negociações da pauta específica, que além desses temas de assédio que perpassam todas as unidades da USP, também trata sobre a valorização do piso da carreira e a luta em defesa da saúde, do HU e do HRAC.

 
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