Com quase 100% das urnas apuradas, o candidato de centro esquerda Gustavo Petro ganhou as eleições e será o próximo presidente da Colômbia. A vitória se deu sobre Rodolfo Hernández, um empresário de extrema direita que se colocava como "outsider" da política, mas que tinha várias ligações com a direita mais "tradicional" uribista.

Por um lado, a eleição de Petro é uma derrota para a direita e a extrema direita continental e em certo sentido um fato histórico pois é o primeiro presidente de centro esquerda da colômbia. Nesse marco, é mais um país (o segundo maior da América do Sul em número de habitantes, vale-se notar) onde a direita perde eleitoralmente para um presidente "progressista", como ocorreu na Argentina, Peru, Bolívia e Chile. A tradicional direita uribista (referente ao ex presidente Álvaro Uribe) - aliada preferencial dos EUA - não chegou nem mesmo ao segundo turno. Além disso, a vitória de Petro também marca uma maior dificuldade dos EUA de ter interlocutores privilegiadas no sul do continente americano, pois tal posição foi ocupada durante muito tempo pela Colômbia.

Por outro lado, o candidato de centro esquerda, conforme aumentava suas chances de eleição veio cada vez mais moderando seu programa e discurso. Além disso, assume num cenário de crise internacional, que se acumula com a estagflação, que tem imposto uma série de dificuldades aos presidentes dessa "nova onda" de governos progressistas de centro esquerda da América Latina. Esse fenômeno vai ser debatido mais detidamente na quarta feira, dia 22, no VII Salão do Livro Político, as 19h e contará com a presença de Diana Assunção, dirigente do MRT e integrante do Esquerda Diário. Saiba mais informações sobre o evento aqui.