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Direitos humanos
Repressão ao povo mapuche e a liberdade dos presos políticos da rebelião: continuidades do regime dos 30 anos no governo Boric
Teresa Melipal

Nesta segunda-feira, o governo de Boric decretou Estado de Exceção em Wallmapu. Cedeu completamente à direita, fortalecendo a repressão e criminalização do povo mapuche. Além disso, a negação por parte do governo em relação à prisão política do machi Celestino Córdova também abriu portas para relativizar a existência de presos políticos da revolta.

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Durante a noite desta segunda-feira, o presidente Gabriel Boric anunciou um Estado de emergência "limitado" na chamada "zona macrosul", uma área composta pelas províncias de Arauco, Bío Bío e La Araucanía. Desde a noite desta quarta as Forças Armadas retornaram ao sul em um "estado de exceção limitado" para proteger parte da "infraestrutura crítica", conceito instalado por Sebastián Piñera em seu último governo.

Do que se trata o "Estado de Exceção Limitado"? Segundo o governo, o foco seria a proteção de rotas e rodovias. Uma virada pressionada pela direita, promovida por empresários, donos de caminhões e latifundiários do sul do país.

Personalidades do povo mapuche criticaram fortemente essa medida: Pascual Pichun, Ana Llao, Pedro Cayuqueo e Salvador Millaleo, este último ex-coordenador de Assuntos Indígenas do governo de Boric.
Tudo foi dito antes da batida da porta ao diálogo com o povo mapuche: cambalhotas políticas, derrotas ideológicas e rebaixamento do programa. A verdade é que o governo de Boric perde legitimidade para quem votou nele no segundo turno presidencial.

E os direitos humanos?

Durante a noite deste domingo, a ministra do Desenvolvimento Social e Família, Jeanette Vega, informou que o governo apresentará uma queixa-crime contra Héctor Llaitul, líder da Coordenadoria Arauco Malleco (CAM), nos próximos dias.
Isso porque o CAM convocou mobilizações e ações contra as empresas florestais desde os territórios autônomos Mapuche. Hoje, o governo negou o ímpeto da denúncia através do subsecretário do Interior, Manuel Monsalve. No entanto, a criminalização do povo mapuche já está presente através da negação de que houve uma prisão política no caso do machi Celestino Córdova.

Recordemos que na segunda-feira, 9 de maio, a porta-voz do governo, Camila Vallejo (Partido Comunista), afirmou através de uma entrevista coletiva que a prisão do machi Celestino Córdova seria um crime comum e não uma prisão política. Os dizeres, pressionados pela direita, tratariam não apenas da negação da demanda pela liberdade dos presos políticos mapuche, mas também da negação das normas internacionais que envolvem a Convenção 169 da OIT.

Outro descumprimento dos direitos humanos é o que se expressa pela negação da busca por verdade e justiça da parte do governo diante do assassinato da repórter do Señal 3 La Victoria, Francisca Sandoval, que foi baleada no rosto como resultado de um ataque armado protegido pela polícia. O político responsável pela repressão, o Diretor Geral dos Carabineros Ricardo Yáñez, é a expressão da permanência da política repressiva do governo anterior.

É por isso que, diante da repressão e criminalização do povo mapuche, é urgentemente necessário um movimento nacional pela desmilitarização de Wallmapu, pelo julgamento e punição dos responsáveis ​​políticos e materiais da repressão, pela imediata liberdade dos presos políticos mapuche e da revolta e pela restituição das terras ancestrais.

 
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