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Amazon e Starbucks
Onda de sindicalização nos Estados Unidos: o que vem a seguir para a geração "U"?

A vitória dos trabalhadores da Amazon em Staten Island faz parte de uma onda de sindicalização que varre o país. Nove Starbucks se sindicalizaram nos últimos meses com mais de 100 unidades solicitando eleições sindicais. Parte de uma nova geração de trabalhadores que sabem que precisam de um sindicato.

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Foto: Eduardo Muñoz Álvarez/AP

"A-L-U" gritam os trabalhadores da Amazon Staten Island, siglas em inglês para o novo sindicato, o Amazon Labor Union, após uma vitória histórica.

O jornal The Washington Post explica que "muitos líderes do movimento estão em seus 20 e poucos anos; se inclinam para a denominação de ‘Geração U’, de Union [sindicato]. A aprovação dos sindicatos é a mais alta desde 1965, com um índice de popularidade de 68%, subindo para 77% entre norte-americanos com idades entre 18 e 34 anos, de acordo com uma recente pesquisa Gallup.”

Podemos estar testemunhando uma geração de trabalhadores que se recusam a cumprir as regras que o neoliberalismo impôs ao movimento operário por décadas. Esta é uma geração precária que está fortemente endividada e tem pouco a perder. É uma geração altamente politizada que desafia o status quo e espera que os sindicatos possam ser uma ferramenta democrática para defender seus interesses contra os patrões.

Esta é também uma geração que vivenciou e participou do movimento
Black Lives Matter, e muitos estão fazendo conexões entre a luta pela libertação negra e a luta pela sindicalização; essa unidade já havia se feito explícita na luta pela sindicalização em Bessemer, Alabama.

Em Staten Island, a força de trabalho é majoritariamente negra e latina e esse movimento de sindicalização foi liderado por trabalhadores negros e latinos. Hoje as lutas por condições de trabalho e sindicalização estão intimamente entrelaçadas com a luta pelos direitos das minorias, negros e latinos.

Staten Island não é o único armazém da Amazon que conta votos esta semana. Em Bessemer, Alabama, o National Labor Relations Board (NLRB) rejeitou a última votação de sindicalização devido a extensas técnicas ilegais de destruição de sindicatos usadas pela Amazon, incluindo a colocação de uma caixa de correio (para enganar os trabalhadores que votam por meio de formulários de papel) na propriedade da Amazon quando se indicou explicitamente que não o fizessem.

Embora a votação do ano passado contra o sindicato tenha sido uma vitória esmagadora para a Amazon, os votos desta vez estão muito próximos para um resultado prematuro. Com a contagem atual de 993 a 875 contra o sindicato e 416 votos em análise, o resultado final ainda não foi divulgado.

A vitória da sindicalização de sexta-feira também ocorre no contexto de outras mobilizações da Amazon: apenas algumas semanas atrás, trabalhadores de três armazéns deixaram o trabalho. Mais de 60 funcionários em duas estações de entrega em Queens, Nova York, e uma nos arredores de Washington DC saíram para exigir um aumento de US$3 por hora. Esta é a primeira greve em vários estados nos armazéns da Amazon nos EUA.

Essa vitória deve ser vista no contexto de uma mudança na consciência da classe trabalhadora como resultado da pandemia: os trabalhadores são essenciais, eles sabem disso e merecem ser tratados como tal. Também faz parte desse contexto o ódio generalizado a Jeff Bezos e aos bilionários que lucram com a hiperexploração dos trabalhadores e cujas fortunas dispararam durante a pandemia. Nesse contexto, também assistimos ao fenômeno chamado de “Grande Renúncia”, pelo qual milhões de pessoas deixam seus empregos anteriores frustradas por condições de trabalho apavorantes.

Outro fenômeno recente foi o Striketober [greves de outubro de 2021], em que vimos paralisações e greves na fábrica de tratores John Deere, na empresa de alimentos Kellogg’s, na Universidade de Columbia, e várias outras greves. Os professores de Sacramento também estão em greve, seguindo os passos dos professores de Minneapolis que encerraram uma enorme luta na semana passada.

A vitória dos trabalhadores de Staten Island certamente inspirará outros trabalhadores da Amazon, tanto nacional quanto internacionalmente. Como mostra a onda de sindicalização na Starbucks, um sindicato pode inspirar outros. Há um tremendo potencial para a classe trabalhadora no coração do imperialismo norte-americano neste momento.

 
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