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Debate
PSOL lança plataforma para aprofundar sua subordinação ao PT que se alia com Alckmin
Pedro Oliveira

Nesta quarta-feira, o PSOL lançou uma plataforma para criação de um programa para "a unidade das esquerdas", ou seja, que será apresentado a Lula, que se junta a Alckmin e setores de direita. A plataforma foi lançada em uma coletiva de imprensa onde estavam presentes deputados de partidos como o PSB e o PCdoB.

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O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, na coletiva de imprensa desta quarta, em Brasília. (Foto: Reprodução/Instagram)

A plataforma se chama Direito ao Futuro: diálogos do PSOL para reconstruir o Brasil, e está aberta a receber contribuições, online, de qualquer pessoa. O PSOL apresentou também 12 pontos iniciais que, segundo sua direção, devem nortear o debate programático do partido.

Não há ainda um programa fechado, e os 12 pontos são bastante vagos. No entanto, o que se vê no que já foi apresentado é nada além de reformismo e, inclusive, ideias que só poderia ser classificadas como um "desenvolvimentismo de esquerda". Suas propostas incluem uma revogação das reformas e do Teto de Gastos, mas se aproximando do "modelo espanhol" reivindicado por Lula, que representa uma manutenção de diversos ataques aos direitos dos trabalhadores.

Junto a isso, se veem pontos como a criação de um "controle popular" sobre a polícia e a reinvenção das Forças Armadas, "no sentido de defender os interesses do povo" (sic!). Ou seja, um programa que busca manter estas forças repressivas, que servem unicamente para proteger a burguesia dos trabalhadores, mas propondo "reformas" que não poderiam mudar seu caráter.

Não há, nas propostas, nenhuma menção ao socialismo ou à necessidade de derrubar o capitalismo, e a única menção a revolução é quando pede uma "Revolução Democrática". As propostas que o PSOL apresenta tem como objetivo, portanto, dar uma nova cara ao capitalismo brasileiro, mesmo que o real avanço dos direitos dos trabalhadores seja incompatível com a manutenção deste sistema.

Leia mais: Crise do PSOL: direção busca entrar na coordenação de campanha de Lula-Alckmin

Se coloca, ainda, o fato nada menor, de que o PSOL busca um programa "de esquerda" para apresentar a Lula, enquanto este consolida sua aliança com Alckmin e busca outros setores da direita para sua aliança, como o PSD de Kassab e Paes. Enquanto o PSOL busca escrever este programa, segue as negociações para uma federação com os burgueses e golpistas da REDE, da mesma maneira que o PT negocia uma federação com os também burgueses e também golpistas do PSB e do PV.

A candidatura de Lula, por suas alianças com a burguesia, não guarda espaço para um programa de ampliação dos direitos dos trabalhadores, e na verdade vai no sentido de ser um governo confiável para a burguesia, que mantenha os ataques promovidos desde o golpe de 2016. O programa que o PSOL apresentar, por mais bonitas que sejam suas proposições (e hoje elas já não são tão bonitas) não será mais que um peso de papel nas mãos de Lula.

Isso não impediu que setores que se opõem a aliança do PSOL com o PT, como o MES, estivessem na coletiva de lançamento da plataforma, avalizando a política da direção nacional do PSOL que promove um giro rumo a integração do partido no regime. Mostra disso foi a presença e o discurso da deputada federal Sâmia Bonfim, que saudou o lançamento da plataforma online.

Esta plataforma, se coloca, então, como mais um ponto na crescente subordinação política do PSOL a direção conciliadora do PT.

 
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