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Luta
Argentina e França: a esquerda que enfrenta a extrema direita
Rosa Linh
Estudante de Relações Internacionais na UnB

Diante de casos de exaltação do nazismo no Brasil, a mobilização da FIT-U, com o PTS à frente, em Córdoba na Argentina, para repudiar um ataque fascista ao ato contra o FMI, e a reunião na Sourbonne de Anasse Kazib com mais de 500 pessoas para combater ataques islamofóbicos de grupelhos supremacistas mostram o caminho para combater a extrema-direita

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Recentemente no Brasil vimos um grande repúdio nas redes sociais contra a tal “liberdade de se criar um partido nazista” ou de "ser anti-judeu" por parte de Monark, ou mesmo o caso nojento de Adrilles Jorge que fez uma saudação nazista na não menos reacionária Jovem Pan.

Além disso, em poucas semanas, ganharam repercussão os assassinatos de Moïse, Durval e a chacina em Vila Cruzeiro no Rio de Janeiro, de Gustavo em Samambaia/DF e do venezuelano Marcelo Caraballo em São Paulo. Todos esses estão ligados pelo fio comum do racismo estrutural, com cumplicidade direta do Estado, e que faz com que policiais milicianos, racistas anti-imigrantes e fascistas de toda estirpe se sintam à vontade para matar. Isso se liga a esse momento em que aparecem essas expressões reacionárias na mídia, reacendendo em alguma medida o debate público na esquerda sobre como combater a extrema-direita.

Dois exemplos internacional da esquerda trotskista apontam o caminho de como combater a extrema-direita. Primeiro, a reunião da campanha presidencial de Anasse Kazib, ferroviário de origem marroquina que estava sofrendo ataques racistas e islamofóbicos de grupelhos supremacistas brancos, com mais de 500 pessoas na Sourbonne afugentando os ultrarreacionários; a mobilização unitária da esquerda e diversas organizações de direitos humanos e sociais em Córdoba na Argentina, impulsionada pela FIT-U, com o PTS à frente, contra os ataques fascistóides no protesto contra o FMI e os ajustes do governo Alberto Fernandes.

No caso francês, o grupelho de extrema-direita Geration Identitaire, conhecida por sua islamofobia supremacista, promoveu inúmeros ataques racistas para amedrontar a campanha militante pré-presidencial do ferroviário trotskista de origem marroquina Anasse Kazib, do Revolution Permanente, organização irmã do MRT na França.

Diante disso, os trotskistas fizeram uma ampla campanha, junto de coletivos anti-racistas, jornalistas, deputados, figuras de movimentos sociais, estudantes, trabalhadores de diferentes categorias, pelo direito de Anasse falar na Sourbonne, a principal universidade da França. O resultado: mais de 500 pessoas se reuniram para apoiar sua campanha presidencial e mostrar aos supremacistas de que um operário de origem marroquina pode e vai defender um programa anticapitalista e revolucionário no coração do imperialismo francês.

Leia mais: França: Após ameaças da extrema-direita, Anasse Kazib reúne mais de 500 pessoas em frente à Sorbonne

Já na Argentina, na última semana, realizou-se uma marcha nacional unificada de mais de 100 organizações da esquerda contra o FMI, o pagamento da dívida pública e os ajustes reacionários de Alberto Fernandes. Durante a mobilização na cidade de Córdoba, no entanto, ocorreram várias ameaças de grupelhos fascistas, alguns inclusive armados, chegando a ferir alguns militantes, jovens e crianças. Esse foi um claro atentado à liberdade de protesto, gerada pelo temor da extrema-direita pela mobilização operária e popular contra os interesses dos capitalistas.

Diante disso, a FIT-U, com os trotskistas do PTS, partido irmão do MRT no país, à frente, organizou uma marcha junto de uma conferência unitária da esquerda na cidade para mostrar que para combater a extrema-direita é preciso rechaçar com a luta os ataques, mantendo viva e fazendo avançar a mobilização que colocou milhões nas ruas nacionalmente no 8F.

Também, no parlamento, a FIT-U promulgou uma nota de repúdio exigindo que todos os deputados se coloquem contra esse atentado, além de uma petição aberta que já consta com milhares de assinaturas de sindicatos, organizações estudantis, de direitos humanos, ativistas etc.

O que mais amedronta esses grupos ultrarreacionários é o fato de que a esquerda socialista, milhares de operários, jovens, mulheres, organizações sociais e populares, estão unidas para repudiar os ajustes imperialistas do FMI. Agora é preciso responder com auto-organização nos locais de trabalho e estudo e manter a mobilização para não recuar nem um milímetro, apostando em desenvolver a mais ampla mobilização e discutindo como garantir conjuntamente as condições de autodefesa e segurança que permitam prevenir e derrotar possíveis agressões.

Diante do aumento da retórica pró-nazista no Brasil, os exemplos internacionais dos trotskistas demonstram qual a única e mais consequente maneira de combater a extrema-direita: na mobilização e luta de classes.

O PT e Lula estão promovendo uma verdadeira paralisia no movimento estudantil e operário desde a UNE e CUT, a fim de garantir seus acordos com o capital financeiro com Alckmin e o conjunto da burguesia responsável pelo golpe institucional e que deu passagem à Bolsonaro. Assim como Alberto Fernandes, Lula se eleito terá de governar o país com uma corrente de extrema-direita com influência de massas; é impossível combatê-los e promover a velha conciliação de classes, pois estes são os mesmos que dão espaço para a extrema-direita quando necessário. A única saída é a mobilização independente dos trabalhadores aliados aos estudantes e o conjunto dos oprimidos.

 
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