"Estúdio não é pra fazer média
É pra fazer atrito
[...]
Essa eu fiz foi de suporte
Pra ver se o lado forte dos amigos não fraqueja quando o tempo esfria
Essa eu fiz fumando um forte
Meu mano não é sorte, nóis almeja o que conquista logo"
Rebel também tem um perfil de independência de classe forte nas suas letras, se distinguindo da justiça burguesa e da farsa da democracia eleitoral e confiança na resposta das urnas em 2022.
A coisa fica quente em Brasa, nessa faixa que faz arder fortes anseios da juventude como o direito ao próprio corpo, ao amor e a discussão de ideias de forma muito sincera e intensa!
O artista que cita Trotsky nessa faixa, mas também no conteúdo desse e de outros trabalhos, faz lembrar os ditos por Trotsky sobre o papel da arte, onde diz que "a arte verdadeira [...] se esforça por dar uma expressão às necessidades interiores da humanidade, tem que ser revolucionária, tem que aspirar a uma reconstrução completa e radical da sociedade, mesmo que fosse apenas para libertar a criação intelectual das cadeias que a bloqueiam e permitir a toda a humanidade elevar-se à alturas que só os gênios isolados atingiram no passado [...] só a revolução social pode abrir a via para uma nova cultura". [1]
Rebel e sua arte certamente se propõem levar consciência de ideias e paixão por anseios legítimos em batidas que fazem fritar no ritmo envolvente do EP. Muitas faixas expressam esses elementos, mas em Babylon Down se incendeia a beleza da vida e o espírito revolucionário no ritmo de quem tem certeza de um futuro comunista para a humanidade!
Fogo nesses patrões
Fogo nas plantações de soja trans adulterada
Fogo nesses playboy que vende erva por milhão
Fogo nessas milícia seja ou não usando farda
Tell Dem
Big up pros irmãos
Big up pra quem trampa e não atrasa lado
Big up pra quem luta pra fazer revolução
Na hora da ação cê pode crê tamo lado a lado
[1] Manifesto por uma Arte Revolucionária Independente
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