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Máfia dos transportes
Não aceitamos aumento da passagem em Porto Alegre: a juventude tem direito à cidade!
Giovana Pozzi
Estudante de história na UFRGS

A recente solicitação de aumento da passagem de ônibus em Porto Alegre por parte dos empresários, que contou com a sinalização positiva de Melo para agradá-los a todo custo, representa mais um ataque à juventude trabalhadora e periférica que terá seu direito à cidade ainda mais restringido.

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Imagem: Maria Ana Krack/PMPA

Nessa semana, os empresários do transporte da capital gaúcha solicitaram um aumento de 38,5% na passagem de ônibus, o que significaria atualizar o atual valor, já exorbitante, para escandalosos R$ 6,65. Esse ataque se dá em detrimento das condições de trabalho dos rodoviários, que sofreram inúmeras retiradas de direitos e demissões ao longo da pandemia, e representa um ataque ao conjunto dos trabalhadores e população, em especial uma restrição ainda maior ao direito da juventude ir e vir pela cidade.

O prefeito bolsonarista Melo corrobora com a solicitação dos empresários e faz demagogia com a população, alegando ser possível diminuir R$ 0,50 a passagem se realizar mais cortes nas isenções de inúmeras categorias e no meio-passe estudantil, assim como efetivar a extinção do cargo de cobrador, ataque aprovado pela Câmara Municipal em 2021. Ou seja, para diminuir o aumento da passagem que eles querem impor para que eles possam lucrar mais, quem tem que perder direitos somos nós, estudantes e trabalhadores. Seria cômico se não fosse trágico.

E o aumento da passagem afeta particularmente a juventude trabalhadora e moradora das periferias. Porque se os atuais R$ 4,80 já não cabem no bolso para ir ao trabalho, à escola, ter acesso a serviços de saúde ou ao lazer, imagine os exorbitantes R$ 6,65. A maioria da juventude está em trabalhos precários sem direito a vale-transporte ou então desempregada. Nesse cenário, o aumento na passagem de ônibus da capital, que já é a mais alta do país, irá representar um aprofundamento da restrição à cidade para a juventude, particularmente a juventude pobre e negra.

Nas escolas e universidades, onde boa parte dos estudantes dependem de auxílios para pagar a passagem, tanto o aumento da passagem quanto a restrição ao meio-passe estudantil aprovado por Melo e pela Câmara no final de 2021 irão resultar em mais evasão escolar. Agora, com o retorno gradual das aulas presenciais na UFRGS, onde muitos estudantes precisam se virar apenas com o valor extremamente aquém das bolsas de R$ 400, essa situação tende a se agravar, afetando principalmente os estudantes cotistas.

Leia também: Sem isenções e com aumento da passagem: como será a volta às aulas presenciais na UFRGS?

Essa política levada a cabo por Melo condiz com o projeto de Bolsonaro, Mourão e todo regime golpista para a juventude, que hoje está mergulhada em precarização e sem perspectivas de futuro. Na nossa cidade, Melo já tenta a todo custo e através da repressão policialesca impedir o lazer dos jovens, como vemos acontecer semanalmente na orla, e agora com um possível aumento da passagem busca diretamente impedir que os jovens possam chegar até esses locais.

Não podemos permitir mais esse ataque, queremos nosso direito à cidade! Precisamos nos organizar desde as bases nos grêmios estudantis, centros acadêmicos e DCEs em cada escola e universidade, em conjunto com os trabalhadores, para barrar o aumento da passagem e os ataques que os empresários do transporte e Melo querem impor. Basta dessas máfias controlarem o transporte público a serviço dos seus próprios interesses e lucros, queremos um transporte 100% Carris e sob controle daqueles que verdadeiramente fazem ele funcionar: os rodoviários e rodoviárias!

 
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