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Falta de testes
Ômicron: é preciso testagem massiva para organizar a quarentena
Guilherme Garcia

Com o aumento dos casos de covid e a grande procura de testes, faltam testes por causa da insuficiência de insumos e de trabalhadores devido a negligência de Bolsonaro, Congresso e todos os governadores que sabiam que essa nova onda chegaria ao Brasil. É preciso um plano que garanta testagem massiva para organizar racionalmente a quarentena e combater o avanço da pandemia no Brasil.

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Nestas duas primeiras semanas de 2022, o país vem passando por vários surtos de covid devido a chegada da nova variante, ômicron, que registrou os primeiros casos ainda no fim de 2021. Por ser uma variante altamente transmissível ela vem se espalhando com muita rapidez pelo o Brasil todo. Em uma análise de amostras de testes divulgada hoje, a ômicron representa 98,7% dos casos. Com o aumento dos casos se aumentou também a procura de testes em todos os estados brasileiros. Na semana passada algumas cidades como São Paulo e Porto Alegre estavam tendo escassez de testes em farmácias. A procura em postos de saúde tem sido bem grande também, com filas e pessoas ficando horas aguardando para realizarem o teste.

Na tarde desta quarta a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), já afirmou que existe um sério risco de falta de teste devido a grande demanda e a insuficiência de insumos. A Abramed já está recomendando que os testes só sejam realizados para pessoas que estejam em estado grave, trabalhadores da saúde e de outros serviços essenciais. Uma verdadeira escassez de testes pode ocorrer nos próximos dias e semanas no país, e outras formas de serem feitos os testes vem sendo cogitado como os “autotestes”.

A situação é gravíssima, o mundo já vem batendo recordes de casos com a variante, chegando a ultrapassar mais de milhões de casos em 24h. Mesmo com o número de mortes bem menores comparados com em outros momentos da pandemia, a alta transmissão da ômicron representa ainda bastante risco, principalmente para grupos de risco e idosos, e pode causar ainda muitos estragos. Várias cidades e estados vêm registrando aumento nas internações também. Com isso, a necessidade de testagem é fundamental para evitar uma circulação ainda maior do vírus.

Veja também: Ômicron: menos tempo de licença médica e mais trabalho precário para trabalhadores da saúde

A escassez de testes é de grande responsabilidade do governo Bolsonaro e do Ministério da Saúde de Queiroga que devido a todo a negligência e negacionismo, tiveram total descaso com o surgimento dessa variante que há meses vem percorrendo o mundo como nos EUA e na Europa e prevendo que era só questão de tempo para chegar no Brasil e nada foi feito. Agora surtos, principalmente entre trabalhadores da saúde vem ocorrendo e ameaçando o atendimento para a população.

A recomendação de somente testar casos graves e profissionais da saúde não irá combater o principal problema que tem com a ômicron que, como já sabemos, é muito mais transmissível. Isso só pode ser feito com testagem massiva, onde possa ocorrer um rastreamento real do vírus e possa garantir com que todos que infectados possam ficar em isolamento para que o vírus não se transmita. Para os trabalhadores poderem trabalhar com segurança sanitária, sem se contaminarem, é necessário ter um plano de testagem permanente, onde os trabalhadores possam se testar periodicamente para caso estejam contaminados poderem ficar em isolamento e não contaminar os colegas.

Desde o início da pandemia, nós do Esquerda Diário vimos levantando a necessidade de um programa emergencial para a pandemia onde a testagem massiva é fundamental para garantir com que o vírus não se espalhe e siga matando. Frente a ameaça de falta de insumos para testes é necessário a reconversão das indústrias, principalmente de fábricas que foram fechadas, para produzir insumos e garanta a testagem massiva. Ao mesmo tempo é necessário um programa que garanta um isolamento real dos infectados, desapropriando hotéis, resorts, entre outros para garantir o isolamento dessas pessoas e que seus parentes não sejam infectados.

Vimos claramente nestes 2 anos que a burguesia, o governo Bolsonaro, e todo os setores do regime golpista, não conseguiram garantir medidas assim, isso devido aos seus interesses está mais voltados em garantir lucros do que combater a pandemia. A classe trabalhadora, junto com os setores mais oprimidos, como negros, mulheres, indígenas e LGBTs, são os que vem mais sofrendo com as mortes e os efeitos da crise sanitária, e são eles que são capazes levar a frente um programa como esse para combater de forma efetiva a pandemia. Isso se dará através da luta dos trabalhadores em aliança com setores oprimidos contra Bolsonaro e os capitalistas.

 
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