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Barragens
Moradores de MG evacuam casas sob risco de barragem romper devido ao desprezo capitalista
Redação

Moradores da cidade de Pará de Minas e outras cidades do Centro-Oeste de Minas foram chamados a deixar suas casas diante do risco iminente de ruptura da barragem da Usina do Carioca, o que alagaria a região

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Prefeituras, bombeiros e representantes da Defesa Civil estão orientando moradores das cidades de Pará de Minas, Pitangui, Onça de Pitangui, São João de Cima, Casquilho de Baixo, Casquilho de Cima e Conceição do Pará, no estado de Minas Gerais a abandonarem suas casas diante do iminente risco de que a barragem da usina hidrelétrica do Carioca, no rio São João venha a se romper, o que ocasionará enchentes com potencial de devastar várias cidades próximas.

O temor de ruptura da barragem ocorre no contexto das fortes chuvas que castigam o estado de Minas Gerais nos últimos dias, e já levaram a deslizamentos e inundações em várias cidades, além de enchentes causadas por transbordamento de rios. Na região metropolitana da capital, Belo Horizonte, moradores estão há dias em alerta com a possibilidade de ruptura de uma barragem de rejeitos da mineradora Vallourec.

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Segundo informações locais, confirmadas pela Defesa Civil e pela prefeitura de Pará de Minas, onde a usina do Carioca se localiza, já ocorre transbordamento pelas laterais da barragem, além de infiltração na base da estrutura. A empresa Santanense, responsável pela barragem, igualmente emitiu comunicado alertando dos problemas estruturais, mas buscando colocar o motivo exclusivamente no volume de chuvas.

A possibilidade de colapso da barragem da Usina do Carioca se insere em uma história recente muito conhecida pelos mineiros, de tragédias anunciadas pelos despreparo das prefeituras e governos estaduais, em conjunto com o desprezo criminoso de empresas privadas que, em nome do lucro, permitem que se mantenham riscos flagrantes de segurança para a população das proximidades.

Moradores de cidades próximas ao rio São João se veem forçados a abandonar suas casas, muitos sem ter para onde ir, e acompanhados pelo temor de que a enchente destrua suas casas e pertences, por culpa de falhas estruturais de uma barragem só reveladas pela empresa na iminência de sua ruptura. O caso convida comparações, por exemplo, à barragem de resíduos da Vale em Brumadinho, palco de uma das maiores tragédias da história recente do país, em meio a incontáveis irregularidades de operação, manutenção e funcionamento, solenemente ignoradas pelos governos e ocultadas pela empresa para economizar.

O flagrante e absurdo despreparo, que joga com as vidas da população contrasta não apenas com o amplo conhecimento do impacto potencial das chuvas e do risco colocado pelo fenômeno La Niña - responsável pelo aumento no volume de chuva - mas também com os recursos já disponíveis para prevenir tais tragédias, como as obras de prevenção, manutenção de barragens e reservatórios, etc. Se isso não é feito, e as tragédias anunciadas seguem se repetindo, afetando principalmente as populações locais mais vulneráveis e a classe trabalhadora, é por escolha dos governos capitalistas, que colocam o bem estar das grandes empresas e seus lucros acima de qualquer possibilidade de planejamento ou mobilização racional de recursos para evitar tragédias. É porque empresas privadas como a Santanense, a Vallourec e a Vale (está última entregue a preço de banana ao capital imperialista) podem mandar e desmandar na vida das populações afetadas por suas atividades, e se safar quando centenas são deslocados de suas casas, perdem tudo ou mesmo são feridos ou morrem por sua culpa.

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