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Eleições 2022
Força Sindical, UGT e CTB: direções traidoras apoiam aliança entre Lula e golpista Alckmin
Cássia Silva

Na manhã desta segunda, 29 de Novembro, os dirigentes das centrais sindicais Força Sindical, UGT, Nova Central e CTB assumiram sua posição de traidores da classe trabalhadora e se reuniram com Geraldo Alckmin para que ele aceite ser vice de Lula em 2022.

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Foto: Poder360

Alckmin, com todo seu cinismo neoliberal, viu com muito bons olhos, segundo relato publicado no jornal O Globo: “Preparei-me novamente para ser governador do estado. Surgiu a hipótese federal. Os desafios são grandes. Essa hipótese caminha e eu considero essa reunião, com as quatro principais centrais, histórica”. Inclusive, segundo os dirigentes das centrais sindicais, aceitando bem rapidamente realizar essa reunião, visto que o convite ocorreu na sexta, 26. Miguel Torres, atual presidente da Força Sindical, disse: “Dentro da situação atual, seria muito importante que ele aceitasse (ser vice de Lula). Nós daremos todo o apoio”.

Essa asquerosa reunião vai a favor da linha de Lula de governar com a direita, conservar a obra econômica do golpe e administrar o regime político com os neoliberais. Lula já vinha buscando setores de direita desde sua caravana eleitoral pelo nordeste, em que contou com encontros com Eunício de Oliveira (MDB), José Sarney (MDB) e Tasso Jereissati (PSDB), além de oligarcas no Rio Grande do Norte também vinculados ao MDB, como Garibaldi Alves Filho, para articular a vice-candidatura para a reeleição de Fátima Bezerra (PT).

Alckmin governou tucanamente o estado de São Paulo roubando merenda de criança, realizando propinoduto, além de defender “privatizar tudo que puder” em 2018. É uma figura política nojenta que carrega a responsabilidade de profundos ataques à população paulista durante seus anos de governo, como a demissão de milhares de professores categoria O, tentativa de privatização de escolas, aplicação do ensaio da reforma do ensino médio e a maldita reorganização escolar contra a qual estudantes secundaristas bravamente batalharam.

O argumento dos sindicalistas é de que “vale-tudo” para derrotar Bolsonaro, mas a realidade é que são alianças desse tipo que levaram ao golpe de 2016 e a seu herdeiro podre que é Bolsonaro e seu vice general Mourão. Alckmin fez o ensaio e asfaltou toda a rodovia de ataques que hoje esse regime político implementa, como as privatizações, assim como reprimiu fortemente manifestações de trabalhadores, estudantes e diversas categorias com bala de borracha, gás lacrimogêneo e sua polícia altamente violenta. Diante disso Lula ainda tem a coragem de dizer que respeita Alckmin: "Quando não há ofensa moral, quando não há uma ofensa pessoal, acho que nas divergências políticas todo mundo joga bruto, porque todo mundo quer ganhar. Disputei as eleições de 2006 com o Alckmin, mas quero lhe dizer que tenho profundo respeito pelo Alckmin".

A verdade é que centrais sindicais como a Força Sindical e a UGT tomam o lado dos patrões e isso não é novidade, estão ombro a ombro com nossos inimigos há tempos. Essas centrais sindicais fizeram acordo com Bolsonaro para aprovar a Reforma da Previdência. Paulinho da Força, do partido Solidariedade e ex-presidente da Força Sindical, defendeu a Reforma da Previdência em pleno 1º de Maio em 2019. Nesse mesmo 1º de Maio, Ricardo Patah, presidente da UGT, não teve sombra de escrúpulos ao afirmar: "Sou contra a greve geral, sou a favor do diálogo, por isso fui falar com o Bolsonaro. Acho que greve é um instrumento constitucional, mas só deve ser utilizada quando o diálogo for exaurido”. No ano passado, essas duas centrais defenderam que a MP da Morte fosse permanente. Sim, apoiaram a suspensão de contratos e cortes de salários em meio à pandemia do coronavírus e agora, frente à nova variante, estão apoiando Alckmin para vice de Lula.

Mas essa posição não é só sobre as direções dos trabalhadores que diretamente assinam embaixo dos ataques contra nossa classe. É também sobre o papel que as centrais sindicais do espectro do petismo estão cumprindo para assentar esse regime político podre que arranca nossos direitos e nos coloca em situação de filas do osso e do lixo. Para isso, vale lembrar que a CTB, dirigida pelo PCdoB e que é a direção majoritária do Sindicato do Metrô de SP, foi à manifestação falida da direita, enquanto Doria atacava os metroviários. Assim como se negaram a organizar os trabalhadores dos Correios contra a privatização, junto à CUT, central sindical dirigida pelo PT. Na realidade, desde 2017, a CUT e a CTB se negam a organizar os trabalhadores contra qualquer dos ataques, como esvaziaram as paralisações nacionais nesse ano, não promovendo em cada local de trabalho assembleias para que fossem esses trabalhadores que decidissem o rumo de sua luta. Ao contrário, em 2019, se reuniram com Maia para negociar acordos via Reforma da Previdência.

Neste ano de 2021, a CUT e a CTB não organizaram os servidores para lutar contra a Reforma Administrativa nos atos do dia 2 de Outubro. E em novembro cancelaram as manifestações do dia 15 para realizar uma reunião de cúpula entre as lideranças, virando as costas para os trabalhadores. É traidor o papel que as centrais sindicais têm cumprido, não só ao cancelar os atos do dia 15 de novembro, mas ao não ter nenhuma política de unificação da classe enquanto a situação de crise só piora.

Por isso, viemos realizando um chamado a todos os partidos, parlamentares e entidades dirigidas por estes movimentos de esquerda, como a CSP-Conlutas, a repudiar essa atuação das direções burocráticas e exigirem a construção de um verdadeiro plano de lutas para avançar para uma paralisação nacional que faça nossos inimigos tremerem. É urgente construirmos uma política alternativa que levante um programa emergencial para enfrentar a fome, defendendo reajuste salarial igual à inflação e emprego com direito para todos, não abaixando a cabeça para nenhum dos ataques que nos impõem.

É preciso apostar em organizar a resistência aos ataques, sendo fundamental a crítica às burocracias sindicais, e a exigência a essas direções de massas, como o PT e o PCdoB na direção da CUT, da CTB e da UNE, para que organizem a luta contra os ajustes econômicos, o oposto do que articulam com Alckmin na vice-candidatura de Lula. Isso significa defender um programa que ataque o bolsonarismo, mas também a direita liberal opositora, combatendo o conjunto do regime político herdeiro do golpe institucional, com uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, imposta pela luta, rumo a um governo de trabalhadores de ruptura com o capitalismo.

Desse ponto de vista, é necessário construir, junto a correntes da esquerda brasileira, um verdadeiro pólo para intervenção na luta de classes que possa ser também a base de uma frente política de independência dos trabalhadores que justamente parta de uma aliança para resistir, na luta de classes, aos ataques do governo Bolsonaro, do regime golpista e de todos os capitalistas. Uma frente política de independência de classe no ano que vem, que também sirva às eleições. Nesse espírito, discutimos com a Coordenação do Polo Socialista e Revolucionário, impulsionado pelo PSTU junto a vários lutadores independentes, nossa participação e contribuição. E em face a esse objetivo que estendemos esse chamado a organizações como a CST e o ex-Bloco de Esquerda Radical, para batalharmos em comum na construção desse polo, para que cumpra um papel na luta de classes e no terreno político.

 
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