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FRAUDE DA MERENDA
A ’inocência’ da fraude: Alckmin e Fernando Capez no escândalo da merenda
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

O governador do Estado de São Paulo, disse nesta sexta, 12/02, que acredita que Fernando Capez, um dos alvos das investigações da Operação Alba Branca é inocente.

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A Operação revelou um esquema de superfaturamento e pagamento de propina em contratos para fornecimento de merendas escolares em todo Estado. Nas palavras do próprio governador tucano pelo estado de São Paulo: "Acredito (na inocência). É um promotor público. Tem uma história de 30 anos no Ministério Público".

O deputado estadual Fernando Capéz fez um discurso na inauguração da entrega da estrada Engenheiro Marsilac na zona sul da capital paulista, dizendo que :"Mesmo numa época em que está difícil fazer política, em que não basta você ser uma pessoa séria, trabalhar sério, ser idealista e procurar dar exemplos, edificar o nome e uma reputação. Porque mesmo assim vivemos em um período em que a honra e a reputação das pessoas é tratada com leviandade, nós que somos bem intencionados não devemos desanimar". Depois o parlamentar disse aos repórteres que era vitima.

A corrupção da Merenda conforme denunciamos neste artigo, mostrou uma enorme rede envolvendo assessores e diversos políticos apoiadores do governo tucano. De acordo com a investigação Alba Branca, o suco de laranja integral servido nas escolas tem como preço de custo 3,70 por litro, porém o governo estadual comprava a 6,80 da empresa Coaf. Esta licitação fraudulenta era garantida através de um cartel com empresas similares que combinavam os preços e dividiam entre si a distribuição de merenda e contavam com o apoio de políticos do governo Geraldo Alckmin, que cobrava 25% em todos os contratos.

De acordo com a própria investigação que fizemos no Esquerda Diário, esse esquema de corrupção, que pode envolver todos os itens da merenda escolar, mostra um pedaço do caos que vive o ensino publico do Estado de São Paulo. Enquanto assistimos a esta roubalheira, as salas de aulas estão sendo fechadas e outras superlotadas. Ano passado o governo de São Paulo tentou impor um projeto de fechamento de escolas que foi derrotado pelos estudantes secundaristas. Já a categoria docente não recebeu reajuste salarial em 2015 e aqueles que passaram no concurso de 2013 não serão chamados para assumir a vaga de efetivo. Falta material básico nas escolas, os professores contratados são demitidos todo o final de ano e os salários são extremamente baixos.

O Geraldo Alckmin fala da crise para justificar o sucateamento da educação, mas o dinheiro que foi utilizado nos acordos com as empresas privadas poderia ter sido investido pra melhoria do ensino. Porém, quando os professores da rede estadual de São Paulo entraram em greve no ano passado contra o arrocho e a precarização do trabalho e os estudantes secundaristas de São Paulo ocuparam as suas escolas contra o fechamento, o governador do Estado de São Paulo, ao invés de negociar, reprimiu os trabalhadores e a juventude.

Este caso de corrupção envolvendo membros do Estado com grandes empresas privadas está a serviço de aumentar o lucro dos banqueiros e dos grandes empresários, enquanto os direitos elementares dos trabalhadores e setores populares da sociedade seguem sendo constantemente atacados. Para Geraldo Alckmin, defender Fernando Capéz é defender a si mesmo, pois se formos investigar na raiz deste problema o governador do Estado de São Paulo também é responsável.

Não podemos esquecer também que o tucano Geraldo Alckmin é um dos pré-candidatos do PSDB para a corrida presidencial de 2018. De acordo com a avaliação dos setores da burguesia que pretendem medidas ainda mais duras contra os trabalhadores, para fazer com o que o atual governador do Estado de São Paulo consiga se eleger para presidente nas próximas eleições é necessário criar mecanismos e articulações para que Alckmin não fique desgastado perante a população.

Como informamos em outros textos escritos no site do Esquerda Diário, se formos investigar as denuncias mais a fundo teremos mais políticos e agentes públicos envolvidos no caso de corrupção das merendas. Sabemos que o caso das merendas está chegando em pessoas que são muito próximas ao governador do Estado de São Paulo, por isso que ele defende o deputado do seu partido, pra que a sujeira deste caso não respingue nele. E mais, pra evitar que se tenha um questionamento mais de fundo sobre a situação da educação do Estado de São Paulo e do restante do país.

 
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