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EM MINAS GERAIS, NEM COM AÉCIO NEM COM O PT
Uma política independente do PT para defender os interesses dos trabalhadores
Flavia Valle
Professora, Minas Gerais
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Minas Gerais tornou-se um campo de batalha importante para o PT e sua defesa do governo Dilma. Antigo bastião do PSDB, este estado foi uma das marcas da derrota eleitoral da oposição de direita de Aécio Neves. Com a vitória de Fernando Pimentel no governo, o PT fortaleceu sua militância no estado e esta é considerada chave para a defesa de Dilma.

Mostra disso foram os encontros entre membros e dirigentes do PT, finalizados com uma palestra de João Pedro Stédile junto a movimentos sociais. Os encontros aconteceram no final de março, em 11 regiões do estado de Minas Gerais. No manifesto lançado pós-encontro reafirma-se como proposta a necessidade da “defesa do nosso legado político-administrativo e do governo Dilma”. A nota oficial de divulgação do encontro coloca também que o momento político “necessita de unidade”, e por isso “se faz ainda mais necessário” que militantes, dirigentes e simpatizantes saibam “defender os governos do PT”.

Além da administração do estado, o PT conta com o apoio de movimentos sociais, como o MST, e de centrais sindicais, como a CUT e a CTB, que dirigem os principais sindicatos da região: o de professores da rede estadual, o de petroleiros da Refinaria de Betim (REGAP) e o de metalúrgicos de BH e Contagem.

O chamado feito pelo PT ecoou diretamente nas centrais sindicais e no MST, que construíram o ato do dia 7 de abril, chamado como “Dia Nacional da luta por democracia, mais direito social e contra a corrupção”. Esse ato foi ao encontro com mais uma das resoluções do encontro petista no estado, que coloca também entre suas propostas “participar e ajudar a articular uma ampla frente de partidos e setores partidários progressistas, centrais sindicais, movimentos sociais da cidade e do campo, unificados em torno de uma plataforma de mudanças, que tenha no cerne a ampliação dos direitos dos trabalhadores, da reforma política, da democratização da mídia e da reforma tributária”.

Junto a Stédille, outra articuladora central do ato foi a sindicalista Beatriz Cerqueira, que defendeu proposta votada pela categoria de professores em assembleia no dia 31 de março.

Mostra das fortalezas petistas em Minas Gerais é que o ato foi um dos maiores atos regionais para além do ato unificado em Brasília. Quase 1000 ativistas de movimentos sociais fecharam a Praça Afonso Arinos, no centro. Sindicalistas ligados à CUT e ao PT marcaram presença e intervieram contra a PL4330 junto a militantes do MST e do Movimento dos Atingidos por Barragens. Sendo o ato hegemonizado pela CUT, houve grande peso para a defesa da reforma política e nenhuma denúncia ou delimitação com o governo Dilma. Isso mostra como a CUT e suas direções sindicais seguem à risca as orientações internas do PT e do governo Dilma.

Diferente do ato da CUT, na tarde do dia 09 de abril, quinta-feira, cerca de 300 professores, metalúrgicos e mineiros do interior de Minas Gerais e moradores das ocupações urbanas estiveram presentes, junto à CSP-Conlutas e diversas organizações da esquerda, convocantes do ato. O chamado do ato era “contra os ataques do governo Dilma e do Congresso”, onde os manifestantes colocaram-se contrários ao PL 4330 que visa ampliar a terceirização e retirar direitos dos trabalhadores, contra as medidas provisórias 664 e 665 que atacam direitos trabalhistas como o seguro desemprego e contra os cortes bilionários no orçamento das áreas sociais e contra o PL 4330.

Os atos em Minas Gerais mostram uma disputa necessária sobre o caráter da paralisação nacional chamada para o dia 15. Com chamado unificado correto contra o PL4330, a CUT buscará hegemonizar os atos buscando construir uma medida de força para dar um fôlego ao governo Dilma e levar à frente as orientações do PT.

As centrais sindicais governistas junto ao governo Dilma querem fazer os trabalhadores de massa de manobra para dar um fôlego ao governo. Eles estiveram juntos nos últimos dez anos implementando retirada de direitos dos trabalhadores. A CUT e a CTB foram coniventes com a terceirização em todos esses anos. Os trabalhadores têm que atuar como sujeitos políticos. E para isso a paralisação do dia 15 deve ser construída na base e com clara alternativa de oposição ao governo e ao Congresso assim como dos empresários e capitalistas.

A esquerda e as centrais sindicais antigovernistas devem se articular para atuar de maneira unificada contra os ataques como o da PL4330 e os ajustes de Dilma, impedindo que a CUT manobre com a força dos trabalhadores. Por isso é importante que a articulação entre as organizações e centrais antigovernistas concentre forças para construir um bloco antigovernista nos atos do dia 15.

 
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