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Fração Trotskista
A aposta correta pela independência de classe na França
Gabriel Girão

A candidatura de Anasse Kazib militante da RP (ex CCR), grupo irmão do MRT, foi um êxito reunindo mais de 450 pessoas. Ao mesmo tempo, após a exclusão da CCR do NPA francês, este aprofunda sua crise. Quais lições podemos tirar?

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Há alguns meses, a Corrente Comunista Revolucionária - sessão francesa da Fração Trotskista e grupo irmão do MRT – que atuava no interior do NPA, foi expulsa do mesmo. Após anos batalhando para que o NPA tivesse uma orientação revolucionária no sentido da independência de classe, contra as tentativas da direção majoritária dos grupos mandelistas da antiga LCR de subordinar ou até mesmo dissolver diretamente o NPA ao partido neorreformista La France Insoumise (LFI) de Jean-Luc Mélenchon, a direção resolveu dar um passo adiante. Nas eleições do ano que vem, mesmo tendo candidatura própria, já anunciaram que irão subordinar sua política ao partido. Para isso, tiveram que recorrer à manobras burocráticas, impedindo que se convocasse um congresso do partido e excluindo a CCR dos postos de direção e dos espaços de decisão, ou seja, expulsando de facto. Após diversos chamados à esquerda do partido contra essa manobra e em defesa de uma candidatura em comum da esquerda do partido, essa vergonhosamente se negou a denunciar as manobras de exclusão da LCR e defende uma candidatura que “unificasse” ou partido, ou seja, onde a direção majoritária desse a linha.

Após a exclusão de 300 militantes da corrente e de simpatizantes, a iniciaram sua trajetória independente do NPA, adotando como nome Révolution Permanente (RP), chamando a construção de uma organização revolucionária na França. Nesse sentido, também começaram a organizar a tentativa do lançamento de Anasse Kazib, operário ferroviário da SNCF de origem marroquina e militante da RP. Nessa quarta teve o lançamento oficial de sua candidatura, que reuniu mais de 450 pessoas em Paris, com várias lideranças da lutas operárias e figuras como Assa Traoré, referencia na luta contra a violência policial, empolgando a platéia. A tarefa agora será reunir as 500 assinaturas de prefeitos necessárias para o lançamento da candidatura, levando as ideias revolucionárias às massas francesas e buscando construir uma organização revolucionária no país.

Ao mesmo tempo, o NPA aprofunda sua crise. Após sua fundação a organização contava com mais de 9000 militantes. No entanto, foram sofrendo várias rupturas, com vários grupos indo se dissolver diretamente na LFI, chegando no último Congresso com menos de 2000 filiados. Agora, o lançamento da candidatura Philippe Poutou, que conta com apoio de todas as correntes do NPA, reuniu apenas 600 pessoas, apenas um pouco mais que a de Anasse e muito menor do que em outros momentos do NPA, mostrando que todo o giro à direita do partido só faz aumentar a sua decadência. Apesar de tudo, a ala “esquerda” dentro do partido continua sua política de subordinação e tende a se isolar cada vez mais.

Nesse sentido, enquanto a crise do NPA e do mandelismo só se aprofundam, inclusive em suas alas à esquerda, os êxitos da Révolution Permanente mostram que podemos estar assistindo a uma refundação do trotskismo francês, justamente no país onde a IV Internacional foi fundada. Acompanhar esse processo é de suma importância para quem se coloca no campo dos revolucionários.

 
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