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Racismo estrutural: A cada 10 jovens assassinados no Brasil, 8 são negros
Júlio Dandão

Dados mostram que, entrer 2016 e 2020, 80% das vítimas de mortes violentas de jovens entre 15 e 19 anos eram negras. Das 31 mil vítimas no total, 25.592 eram negras. Racismo no país é escancarado.

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O racismo no Brasil se expressa das mais variadas formas. Talvez uma das mais brutais apareça nos dados de violência dentro e fora de casa. Um levantamento feito a partir de boletins de ocorrência registrados em todos os estados da federação indica que do total de mortes violentas ocorridas com jovens entre 15 e 19 anos no país entre 2016 e 2020, 80% eram negros.

O levantamento foi feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e escancara números cruéis sobre a violência racista no país.

Em alguns estados, boa parte dessas mortes de jovens negros são feitas pelas mãos da polícia, ainda que esses dados muitas vezes são subnotificados. Em São Paulo, por exemplo, 44,4% dos assassinatos de jovens entre 10 e 19 anos ocorreram em decorrência de intervenção policial.

O número de 80% contrasta exorbitantemente com a proporção de negros no Brasil, de acordo com o IBGE, que indica 53% da população.

A maior parte dessas mortes tem como alvo meninos (91%, na faixa etária entre 10 e 19 anos). Em 83% dos casos, a morte ocorreu com armas de fogo. Cerca de 90% das mortes são considerados homicídio doloso, ou seja, com intenção de matar.

No Brasil de Bolsonaro e Mourão, que reiteradamente afirmam que o racismo não existe, números como esses chocam qualquer tipo de negacionismo racial. O racismo estrutural, que se expressa no escandaloso caso do alarme racial da Zara, no número elevado de mortes por Covid entre populações não brancas, nas desigualdades salariais, adquire proporções monstruosas quando se discute a violência nas ruas e a violência policial.

É preciso dar um basta à violência policial e à violência racista. As manifestações nos EUA mostraram o caminho para combatermos o racismo, com mobilizações massivas que se enfrentaram com a polícia e uniram negros, brancos, latinos, trabalhadores e estudantes para gritar que Vidas Negras Importam.

 
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