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Debate na esquerda
O exemplo de independência de classe da esquerda revolucionária nas eleições da Argentina
Lara Zaramella
Estudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Na última quarta (13) a intervenção de Myriam Bregman, do PTS, no debate entre os candidatos a deputado em Buenos Aires, como parte do processo eleitoral da Argentina, deixou claro como a política de independência de classe da Frente de Esquerda Unidade argentina (FIT-U) é a mais coerente para combater a extrema direita e todos os ataques descarregados nas costas dos trabalhadores, das mulheres, negros, indígenas e juventude.

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Em novembro acontecerão as eleições do Executivo e Legislativo na Argentina, em que debates e campanhas políticas já estão em curso. Nesta semana, ocorreu o debate entre os candidatos a deputado federal pela capital de Buenos Aires, contando com a participação de Javier Milei, bolsonarista de extrema direita que diz ter pontos em comum também com Trump, Leandro Santoro, da coalizão peronista/kirchnerista do atual governo, María Eugenia Vidal, da coalizão direitista de Mauricio Macri, ex-presidente argentino, e Myriam Bregman, dirigente do PTS, organização irmã do MRT do Brasil, como candidata da Frente de Esquerda Unidade argentina (FIT-U).

Neste debate entre candidatos a deputado da capital argentina, ficou bastante claro todas as diferenças entre os quatro políticos, especialmente como, apesar das críticas e discordâncias declaradas, com exceção de Myriam Bregman da FIT-U, todos assumiram que defendem os interesses dos empresários, do Fundo Monetário Internacional (FMI), estando dispostos a aprovar ataques e reformas que servem e servirão para jogar nas costas dos trabalhadores argentinos os efeitos da crise, a fim de não afetar os lucros dos banqueiros. Isso ficou claro quando todos assumiram que irão votar a favor de ajustes pró FMI.

Veja mais: Myriam Bregman protagonizou o debate televisivo nacional contra a extrema direita e as forças da ordem na Argentina

Ao longo do debate, assim como diariamente nas lutas, nas ruas e na política cotidiana da FIT-U, a candidata Myriam Bregman debateu com cada um dos três candidatos, expondo suas contradições e alianças traidoras, assim como as ações políticas que já realizaram e defenderam de reprimir trabalhadores, atacar famílias sem moradia regular e defender os interesses capitalistas em primeiro lugar.

Myriam Bregman enfrentou especialmente o político de extrema direita Javier Milei, amigo e admirador declarado de Bolsonaro. E da mesma maneira que faz nas ruas ao lado dos trabalhadores, das mulheres e da juventude, combateu a extrema direita argentina sem diplomacia com esse setor que é nosso inimigo.

Leia mais: Myriam Bregman: representante da esquerda argentina enfrenta bolsonarista Milei em rede nacional

Atualmente, não só na Argentina, mas também aqui no Brasil e em diversos outros países do mundo, estamos atravessando profundas crises econômicas, aumentando os níveis de desemprego, trabalho precário, inflação, miséria de vida.

No Brasil de Bolsonaro e Mourão isso fica evidente, com as mais de 600 mil mortes pela Covid-19, pela fome crescente e carestia de vida que milhões de famílias brasileiras passam. Isso é responsabilidade da política negacionista e reacionária do presidente, seu vice e ministros, assim como do Congresso, Judiciário e governadores que dão as mãos para Bolsonaro no momento de aprovar reformas e ataques que salvem a pele dos empresários, do agronegócio e dos capitalistas, rifando nosso futuro e nossas vidas.

É por isso que nós do MRT, organização irmã do PTS de Myriam Bregman na Argentina, não só saudamos o duro combate que a candidata deu em TV nacional contra a extrema direita, que aqui no Brasil tem as mãos sujas de sangue trabalhador, negro e indígena, como também enxergamos a FIT-U como um exemplo importante à esquerda brasileira e latino-americana para combater todos os ataques que nos são impostos em tempos de crise.

Não iremos defender nossos direitos, nem conquistar vitórias e demandas pela via de alianças com aqueles que são nossos inimigos. É por isso que no Brasil fazemos um chamado à toda a esquerda defender a unidade entre nossa classe e não com partidos burgueses e de direita que hoje fazem um discurso demagógico e crítico a Bolsonaro, mas que estão junto com ele no momento de aprovar reformas e ajustes. Nesse sentido também que o MRT é favorável à construção do Polo Socialista e Revolucionárioque o PSTU e ativistas propõem, debatendo as diferenças políticas que existem.

Leia mais: Contribuições do MRT para o Manifesto por um Polo Socialista e Revolucionário

Somente com independência de classe, como defendido em todos os espaços e momentos por Myriam Bregman e toda a Frente de Esquerda Unidade na Argentina, poderemos combater a extrema direita. É preciso atacar os capitalistas, seus ajustes e o Estado burguês que destroem nossas condições de vida e de trabalho. Para isso é preciso unidade da classe trabalhadora, sem ilusão e confiança nas instituições burguesas e seus partidos, podendo, com nossa força e organização, impor nossas demandas e batalhar por um governo de trabalhadores de ruptura com o capitalismo.

 
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