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"Óbito também é alta”
“Já viveu o suficiente”: os crimes da Prevent Senior e a crueldade da medicina do capital
Júlio Dandão

“Não vale a pena investir”, “Já viveu o suficiente”, "Óbito também é alta” e “A família nunca vai descobrir” são algumas das bárbaras expressões utilizadas pelos médicos da Prevent Senior.

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Em depoimento para a CPI da Covid e em entrevista para o UOL, a advogada de 12 ex-médicos da Prevent Senior, Bruna Morato, conta um pouco sobre os sórdidos bastidores do que ocorria na operadora de saúde.

Semanas atrás, Bruna já nos havia contado como seus clientes relatavam que a empresa os orientava a reduzir o oxigênio a quem estava internado há mais de duas semanas. A prática visava literalmente matar o paciente para liberar leitos.

O objetivo da operadora é lucrar, e oxigênio, medicação e tudo o necessário para manter uma UTI ativa é gasto.

Agora, em entrevista para o UOL publicada nesse 12 de outubro, a advogada traz outros procedimentos e expressões que escancaram a atrocidade que orienta planos e operadores de saúde dentro do capitalismo.

Bruna conta: “Ouvi muitas vezes a expressão ’não vale a pena investir’, quando se tratava de pacientes muito idosos. Investir em um tratamento tradicional, que seria a intubação e o acompanhamento desse paciente. ’Já viveu o suficiente’ foi outra expressão muito triste que ouvi também. Ou ’a família nunca vai descobrir’. São todas expressões que precisam ser averiguadas”.

Difícil nomear atrocidades como essas. São frases de arrepiar a humanidade dentro de nós.

Segundo a advogada, há mensagens que comprovam esse tipo de procedimento dentro da empresa.

Empresas como a Prevent lucram com planos de saúde pagos mês a mês. Se muitos pacientes são obrigados a serem atendidos em Unidades Intensivas de Saúde, os gastos das empresas crescem exponencialmente. A pandemia escancarou essa contradição concentrada na questão do lucro. Para empresas criminosas, como a Prevent, os efeitos dessa contradição tiveram requintes de crueldade como os relatados por Bruna.

A investigação dos crimes da Prevent Senior ganhou destaque na CPI após Bolsonaro usá-la para justificar a distribuição de cloroquina. Ou seja, a operadora cumpriu papel importante para supostamente embasar a principal política do governo Bolsonaro na gestão da pandemia, que já levou a mais de 600 mil mortos no país.

 
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