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Golpistas por toda parte
Quem é Naji Nahas, o bandido milionário que foi anfitrião do jantar com Temer e Kassab
Júlio Dandão

O vídeo que mostra homens ricos e poderosos rindo de uma imitação de Bolsonaro ganhou as redes nessa terça-feira. Juntos, o PIB do jantar certamente é maior do que o de muitos estados da federação. O anfitrião é um antigo golpista, conhecido por golpes financeiros e por ter ordenado o criminoso despejo de cerca de 9 mil pessoas na ocupação Pinheirinho.

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Além de aconselhar Bolsonaro, Temer também anda com outras companhias nada dignas, como Naji Nahas. O libanês criado no Egito, que está ao lado de Temer no vídeo, veio ao Brasil com uma fortuna de mais de 50 mil dólares nas mãos em 1969 e uma ditadura militar abrindo seu mercado para milionários enriquecerem.

O riso da Casa Grande surge como ironia de mau gosto na medida em que riem de Bolsonaro em seus vídeos públicos, mas riem com Bolsonaro na hora de atacar os direitos dos trabalhadores. Veja um pouco da lista de crimes que Naji Nahas já cometeu e que temos conhecimento público.

O golpe da bolsa de valores do Rio de Janeiro

A máxima “por trás de toda grande fortuna há um crime”, do escritor francês Honoré de Balzac, se aplica como uma mão na luva para o caso de Naji Nahas. Ao longo da década de 1970, com a ditadura a pleno vapor, o empresário abriu negócios em ramos variados, mas foi na década de 1980 que seu nome ganhou os jornais de todo o país após quebrar a bolsa de valores do Rio de Janeiro aplicando golpes financeiros.

De cara, Nahas comprou grandes quantias de ações das maiores estatais do país à época, a Petrobrás e a Vale do Rio Doce (que viria a ser vendida no governo FHC). O homem já teve 7% da Petrobrás e 12% da Vale em um momento em que as ações estavam desvalorizadas.

Mas na verdade o esquema era absolutamente criminoso, pois Nahas negociava ações da petrolífera com ele mesmo. Ele utilizava laranjas para fazer empréstimos bancários e usar esse dinheiro para negociar as ações com ele mesmo. Dessa forma as ações, compradas por ele mesmo, se valorizaram exponencialmente de forma artificial.

O golpe durou alguns meses, o que acarretou dívidas extratosféricas para as corretoras que intermediavam os negócios. Dessa forma, a bolsa do Rio confiscou a carteira de Nahas, que estimava-se valer U$ 500 milhões à época, e acabou quebrando. A punição pelo crime? Um ano na cadeia, apenas. Em 2007 ele foi absolvido pelo TRF-2. Hoje ele dá risadas com seus outros amigos golpistas enquanto a população amarga na miséria e na fome.

A segunda prisão: Operação Satiagraha e Mensalão

Em junho de 2008, o amigo de Temer foi preso pela segunda vez. Na época, a operação Satiagraha, desdobramento das investigações do Mensalão, chegou em nomes de calibre alto como o banqueiro Daniel Dantas, o prefeito de São Paulo Celso Pitta e o próprio golpista Nahas.

A acusação era manipular, junto de Dantas, um esquema de especulação na bolsa. Vazaram uma gravação, na época, em que Nahas ordenava a compra de ações da Petrobrás uma semana antes que divulgassem a descoberta de um campo de petróleo. Mas também, bandido rico dificilmente é preso.

A barbárie em Pinheirinho: despejo de milhares de famílias para garantir os lucros do bandido

Em 2012 a Polícia Militar, a mando do governo do Estado de São Paulo e de Naji Nahas, a maior ocupação urbana da América Latina naquele momento foi invadida por um efetivo de mais de 2 mil policiais. Cerca de 9 mil pessoas tiveram suas casas invadidas e derrubadas da noite para o dia.

Homens, mulheres, crianças, idosos, eram retirados à força pela brutalidade policial. Incontáveis denúncias de flagrante desrespeito aos direitos humanos surgiram na época e as milhares de pessoas foram levadas à força a abrigos que pareciam campos de concentração.

A ocupação durou 8 anos e situava-se em um terreno abandonado de 1,3 milhão de metros quadrados. Foram feitas ruas, praças, igrejas, comércios, era de fato um bairro construído pelos e para os trabalhadores. Sem nenhuma função social antes da ocupação, aquele espaço era mais do que legítimo. Mas a justiça, o governo e a polícia fizeram de tudo para retirá-los, tudo em nome do lucro de Naji Nahas.

O terreno pertencia à massa falida da empresa Selecta, de propriedade de Naji Nahas. Logo após a barbaridade, o terreno voltou a ser um espaço desabitado, tudo para Nahas poder especular e especular.

 
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