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Metrô SP
Preparar a mobilização dos metroviários em defesa da sede do Sindicato e de nossos direitos
Fernanda Peluci
Diretora do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do Mov. Nossa Classe

Seguindo sua sanha contra a classe trabalhadora em prol de enriquecer os empresários, João Doria insiste em seguir atacando os trabalhadores da linha de frente da pandemia, como os metroviários de SP. Pela via de Alexandre Baldy (PP), secretário dos transportes de SP, Doria (PSDB) segue ao seu lado querendo arrancar a sede do Sindicato dos Metroviários, assim como todos os direitos adquiridos no Acordo Coletivo dos trabalhadores às custas de muita luta nas últimas décadas.

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São ataques que unificam o Metrô, o governo e a justiça, que autorizou a utilização de força policial para a reintegração de posse da sede do sindicato dos trabalhadores, medida essa jamais vista após a constituinte de 1988, um enorme ataque ao direito de organização dos trabalhadores metroviários, tentando tomar a sede histórica que foi construída há mais de 30 anos com os recursos dos próprios metroviários, uma categoria que não parou de trabalhar um dia sequer desde o início da pandemia.

Nós, pela via da Chapa 4 Nossa Classe, que integramos a diretoria do Sindicato dos Metroviários, viemos desde maio colocando a importância da unificação destas duas lutas enquanto a diretoria defendeu separá-las, pois seria uma luta muito mais forte unificando ambas pautas, uma vez que este brutal ataque de João Doria contra nós é um só prevê a tentativa de derrotar por completo os metroviários. 

Até aqui foram várias tentativas de reunião com a empresa que se mostrou bastante intransigente não querendo negociar nada, e também com a justiça e governo, e até agora nenhuma garantia da manutenção da sede do Sindicato ou de que os metroviários manterão seu Acordo Coletivo.

Se mantém todas as ameaças, desde repressão policial até devolução dos direitos e corte salarial conquistados pela luta e concedido pelo TRT em maio deste ano. Ou seja, corremos o risco iminente de, a qualquer momento, ficar sem Acordo Coletivo e sem sede do sindicato. Além disso, estaríamos também em melhores condições de lutar agora, antes destes ataques estarem de fato implementados, do que depois de nós, metroviários, sermos atacados. 

Querem enfraquecer o instrumento de organização dos metroviários retirando dos trabalhadores sua sede com força policial para atacarem com mais força ainda nossos direitos. Mas não só isso, pois assim também poderiam atacar outras categorias que possuem um grau menor de organização sindical, enfraquecendo a nossa classe de conjunto. 

A diretoria do Sindicato, por sua vez, segue apostando suas fichas na justiça, nas palavras ditas em reuniões com Doria, que nada avançam nessa batalha, em detrimento de organizar um plano de luta sério e desde a base para retomar a mobilização, com reuniões setoriais e assembleias democráticas que possam debater a situação política pela qual passamos , utilização de adesivos e coletes e organizar uma forte mobilização e greve que se alie à população que está sentindo a alta do custo de vida, a fome e o desemprego. É essa perspectiva que nós da Chapa 4 defendemos em diversas reuniões de diretoria em defesa da sede e para que o Metrô e Doria retirem imediatamente o recurso que fizeram no TST que prevê acabar com nosso Acordo Coletivo. Somente a mobilização fará barrar esses ataques. Nós acompanhamos e somos favoráveis a todas as medidas propostas em assembleia que apontem para a defesa da sede, mas ainda consideramos insuficiente o plano de luta uma vez que os ataques que estão por vir são muito fortes. Somente os trabalhadores podem dar uma resposta contra os ataques que unificam Bolsonaro, Doria, STF e Congresso.

A diretoria do Sindicato dos Metroviários vêm, em todos seus materiais informativos para a categoria, poupando abertamente Doria e culpabilizando apenas Baldy em praticamente tudo. Querem fazer os metroviários acreditarem que Doria, diferente de Baldy, está trabalhando para garantir a manutenção da atual sede do Sindicato, aspirando ilusões nesse golpista, mas também na justiça burguesa. Enquanto isso, Doria se esconde confortavelmente atrás de Baldy e da empresa, seguindo sua campanha eleitoral como “terceira via” em 2022, onde parte dessa campanha é justamente a vitrine das privatizações, reformas e ataques aos trabalhadores. Não à toa, para isso, colocou nada menos que Rodrigo Maia numa secretaria que visa o avanço das privatizações no estado de SP.

Ou seja, em nome da luta contra o "mal maior", Bolsonaro, poupam e alimentam ilusões nos trabalhadores de que essa direita que Doria faz parte poderia, "em nome da democracia", garantir a manutenção da sede dos metroviários, quando na verdade Doria quer é massacrar e passar com o trator da privatização não somente em cima dos metroviários, mas do transporte de conjunto como vemos na CPTM e por cima de toda a classe trabalhadora como sempre deixou claro que iria fazer. Sem contar as medidas absolutamente nada democráticas que já vem implementando há tempos, como a tentativa de proibição dos atos da esquerda no dia 7 de setembro.

Na última live do sindicato, o diretor na Chapa 1 (CTB/PCdoB) defendeu que era preciso ir aos atos convocados para o dia de hoje pelo MBL e Vem pra Rua, os mesmo que organizaram os atos golpistas de 2016 que levaram Bolsonaro ao poder. É um escândalo que enquanto nossa categoria esteja sob ataque do governo do PSDB, parte de nosso sindicato esteja dividindo palanque com Doria e todas essas figuras asquerosas que só querem que os trabalhadores continuem pagando pela crise.

Veja também: PCdoB se ajoelha diante do MBL

É preciso organizar nossa categoria para dar uma resposta política independente de partidos burgueses, patrões e instituições como o STF de Alexandre de Moraes. Além disso, não é possível esperar por 2022 como quer o PT, para eleger Lula após terem passado todos os ataques à nossa classe. Também não podemos defender um impeachment que só visa desgastar Bolsonaro para as próximas eleições, e mesmo que se efetivasse só poderia colocar o reacionário Mourão no lugar. Que as centrais sindicais e demais sindicatos organizem as categorias através de assembleias, contra a privatização nos transportes, nos Correios e na Eletrobrás e todos os ataques aos nossos direitos. É preciso seguir o exemplo dos companheiros rodoviários de Porto Alegre que protagonizaram uma importante greve contra a privatização e também dos companheiros metalúrgicos de Belo Horizonte e os trabalhadores da Rede TV em SP em greve por seus direitos. 

 
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