Esse programa do Falando em Marx... é dedicado ao dia da mulher negra, latino-americana e caribenha, nós somos homenageadas no dia 25 de julho e esse dia é muito especial para o nosso continente, porque tem a ver com resgatar a história de luta contra a opressão racista e patriarcal numa região que mais recebeu escravos no mundo todo.
Sendo assim, é de se imaginar que as mulheres negras cumpriram um papel muito importante nos milhares de relatos de lutas por liberdade, lembremos de algumas delas: Cécile Fatiman e outras haitianas escravizadas tomaram a dianteira dos exércitos revolucionários na Revolução Haitiana que neste ano completam 230 anos. Tereza de Benguela e Aqualtune Palmares foram dirigentes quilombolas brasileiras, Luísa Mahin foi líder da revolta urbana dos Malês, e apesar de toda essa história e de tantas líderes e anônimas da luta por liberdade, foi só em 1992 que nós conseguimos esse dia, como resultado dos debates do I Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e afro-caribenhas, que foi na República Dominicana. Cada país presente escolheu um símbolo nacional para esse dia, e aqui no Brasil o nosso símbolo escolhido foi Tereza de Benguela.
Tereza foi uma líder quilombola que assumiu a dianteira política e militar do Quilombo do Piolho, também conhecido como Quilombo do Quariterê, que ficava na região onde hoje é o Mato Grosso. O Quilombo foi uma das tantas formas de luta por liberdade durante os períodos de luta de classes entre escravizados e escravistas. E para celebrar essa data tão importante, o “Falando em Marx” decidiu disponibilizar o vídeo “Luta negra e luta de classes”, que compõe o curso “Mulheres Negras e Marxismo” e é feito de quatro aulas e ministrado por mim. Em tempos de bolsonarismo, de aumento das chacinas, de fome e desemprego e de mais de uma década de retrocessos políticos e trabalhistas para as mulheres e em apenas um ano de pandemia, essa aula é para buscar apontar caminhos e mostrar que hoje está colocado nas nossas mãos enfrentar desde a extrema até a centro direita e os capitalistas que eles representam também, com uma estratégia de combate na luta de classes.
Os nossos antepassados escravizados enfrentaram um sistema econômico e fizeram tudo que estava ao alcance deles e o que era disponível no tempo deles para conquistar a liberdade, hoje as ferramentas do mundo contemporâneo nos permitem realizar o sonho da liberdade pelo qual todas essas mulheres lutaram de forma incansável e dessa vez a gente pode ter uma vitória definitiva, assiste essa aula e depois dá um pulo no campus Virtual do Esquerda Diário para se inscrever e fazer o restante do curso e também ver os outros cursos que tem por lá.