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Cuba
Cuba: Por que é preciso combater as burocracias e lutar pela auto organização?
Redação

Nos últimos dias, manifestações em Cuba tiveram ampla repercussão internacional. Os motivos não são diferentes do que vemos em diversos países do mundo, como preços altos de alimentos e cortes de luz em meio à crise sanitária causada pelo coronavírus. Diante dessa crise, em que saída devemos apostar?

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Foto: YAMIL LAGE / AFP

As manifestações surgiram contra os ajustes antioperários e antipopulares da burocracia stalinista do Partido Comunista Cubano (lembrando que a ilha vive em um regime de partido único), encabeçada hoje por Miguel Díaz-Canel e são realizadas enquanto Cuba atravessa o pior momento da pandemia, com denúncias de centros de saúde colapsados, falta de medicamentos e outros produtos de primeira necessidade.

Em meio às legitimas manifestações, consignas como "Pátria e Vida” ou “Liberdade” foram impulsionadas por setores de direita que são funcionais a uma política de maior abertura econômica e reformas pró-mercado, ou seja, de mais ataques à condição de vida da população. Esses setores só cumprem um papel: atuam como agentes diretos dos interesses imperialistas que querem a queda do governo para varrer as conquistas que restam da revolução.

O próprio presidente norte-americano, Joe Biden, já está se aproveitando da situação dizendo que os protestos são “um chamado à liberdade”. Ou seja, a direita e o imperialismo gritam em vão pela liberdade e proclamam a mentira de que a resolução dos problemas virá do capitalismo, que é o sistema falido que criou toda a crise.

O governo cubano, por sua vez, utilizou essa instrumentalização política que a direita faz para justificar a repressão e um discurso que criminaliza os protestos, sem dar qualquer resposta às demandas de milhões de cubanos. A resposta foram prisões e repressão contra os que se manifestaram, independente das suas bandeiras, buscando silenciar o descontentamento.

Diante desses fatos, é nítido que a burocracia do Partido Comunista Cubano é impotente para fazer frente às ameaças de Biden, Bolsonaro e toda a direita regional. Defende seus próprios privilégios de casta, buscando assegurar que numa eventual restauração completa do capitalismo na ilha.

Temos que defender todas as liberdades democráticas contra a opressão política do regime cubano: a liberdade de reunião, de manifestação, de imprensa, o direito de livre associação e toda forma de organização dos trabalhadores (como comitês de fábrica ou de locais de trabalho), assim como a liberdade aos que foram presos por defender as conquistas sociais da Revolução.

Veja mais: As manifestações em Cuba e a defesa da revolução

Uma saída profunda, que garanta um combate efetivo à pandemia e atenda reivindicações básicas como luz e comida, só é possível mediante uma nova intervenção revolucionária das massas, política e social, que freie o curso restauracionista, derrube a burocracia castrista e acabe com seu regime de partido único que, conquistando a liberdade política para todos os partidos que defendem as conquistas de 1959. Sobre essa base é preciso impor um verdadeiro governo operário e popular baseado na auto-organização das massas e na democracia operária, onde haja plena liberdade de organização sindical e em que os trabalhadores urbanos e rurais possam planificar democraticamente a economia, revogando todas as concessões que o PC Cubano fez aos capitalistas. Uma dinâmica semelhante deveria expandir-se internacionalmente para que não caia novamente no beco sem saída do stalinismo e sua concepção utópica do socialismo num só país.

 
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