ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO /15/07/2021

Diante da greve dos ferroviários da CPTM em São Paulo, mais uma vez a grande mídia e governo fazem seu trabalho sujo para tentar jogar a população contra a luta dos trabalhadores. Larissa, metroviária de São Paulo e militante do Movimento Nossa Classe, que a poucos meses participou da greve da categoria que se enfrentou com o mesmo esquema de manipulação de informação, deu declaração ao Esquerda Diário sobre a importância de desmascarar os inimigos da direita que se pintam de oposição à Bolsonaro, mas na hora de reprimir trabalhador que luta mostra de que lado realmente está:

“Em primeiro lugar queria prestar toda minha solidariedade a essa greve, estamos juntos! E queria dizer que estão fazendo a mesma coisa que fizeram com a nossa greve de metroviários. O secretário de transportes, Alexandre Baldy, assume o papel no governo de SP de disseminar fake news, mentiras e atacar junto com a mídia oficial a greve dos ferroviários da CPTM. Mas a verdade é que por anos deixam de pagar ou atrasam salários dos trabalhadores essenciais, além de investir bilhões do dinheiro público para a privatização ao invés de no trabalhador e na qualidade do serviço público. Agora se dizem surpresos com a greve? Quanta hipocrisia!

A retórica que busca responsabilizar os ferroviários pelo suposto “caos” nas estações é a tentativa desesperada de preservar a figura de Dória, candidato à presidência do PSDB em 2022. Não é nenhuma surpresa que tudo é marketing para esse governo, basta lembrar de Dória vestido de gari para passar por trabalhador, uma vergonha, sendo o mesmo governo que desrespeita o trabalhador com suas mentiras e não pensa duas vezes quando se trata de reprimir nossa luta com sua polícia.

A face real dessa direita, de Doria e companhia, que se mostra na prática quando a gente se organiza e luta tem que nos servir pra fazer pensar: são esses setores que o PT e outras correntes da esquerda defendem que estejam nas manifestações contra Bolsonaro? Como é possível lutar contra um governo que ataca nossas condições de vida e trabalho se aliando com partidos que fazem a mesma coisa na prática? Como se aliar com PSDB, Frota, MBL, Joice Hasselman pode fortalecer a luta dos trabalhadores? Claro que não pode, só pode fortalecer essa direita.

Podemos nos perguntar o que o PSDB defenderia nos atos em São Paulo? “Contra a greve da CPTM”, “Viva Baldy e sua gestão privatista do transporte"?! Como pode ser que tenham setores da esquerda que alimentem nos trabalhadores a esperança de que esses setores podem ser nossos aliados contra Bolsonaro, Mourão e esse regime do qual eles mesmos são parte, eles mesmo protagonizaram um golpe que nos trouxe até aqui.

A luta de classes tem que ser o fiel da balança para nós trabalhadores, porque não importa que digam que estão pelo impeachment enquanto na hora da luta real fazem de tudo para nos dividir, nos colocar uns contra os outros e desarticular, assim como a UGT e CUT fazem agora.

Não existe nenhum atalho para derrotar Bolsonaro que inclua se aliar à burguesia. Por isso, toda a solidariedade aos trabalhadores em luta da CPTM. É preciso construir essa solidariedade batalhando pela mais forte unidade da categoria em primeiro lugar, que pode superar os entraves das direções e fortalecer a greve expandindo nas linhas que ainda não aderiram, não coincidentemente, dirigidas pela CUT. Uma forte unidade nessa greve, assim como fortalecer cada batalha parcial dos trabalhadores, é o caminho para exigir das Centrais Sindicais, a partir da força dessas mobilizações, que construam uma greve geral nacional para derrotar Bolsonaro, Mourão e os Militares.”