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JUSTIÇA PARA EDUARDO DE JESUS
Manifestação denuncia as UPPs na frente do Palácio do Governo
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Hoje ocorreu uma importante manifestação na Zona Sul do Rio de Janeiro. Mais de 500 pessoas se reuniram no Largo do Machado e de lá tomaram as ruas até próximo ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual do Rio de Janeiro.

Esta manifestação levou a denúncia dos assassinatos cometidos pela polícia que mais mata em todo o Brasil e a denúncia das UPPs à sede do governo. Os gritos por justiça para Eduardo de Jesus, menino de 10 anos assassinado pela polícia, se misturavam à fórmula consagrada em junho de 2013 em um apelo de “vem, vem pra rua, vem, pelo Eduardo, vem”.

Também se ouviram gritos que começaram a ganhar as ruas depois do assassinato e sumiço do pedreiro Amarildo, este mesmo grito que havia ecoado em manifestações no Alemão dias atrás: “UPP chegou, para matar trabalhador”.

A manifestação ainda pequena em seus números foi bem recebida pela população que assistia de suas varandas ou observava atentamente nos pontos de ônibus.

Nesta manifestação estiveram presentes diversos grupos da esquerda, organizações de juventude, como o MEPR, Juventude às Ruas, Juntos, Vamos à Luta, UJC entre outras organizações. Em meio a esta manifestação onde predominou a juventude universitária destacava-se a presença de um grupo de mulheres negras que traziam camisetas com fotos de seus filhos mortos pela polícia. O portal Esquerda Diário entrevistou algumas destas mães.

Fatinha, moradora da Rocinha, mesma favela onde Amarildo foi morto em 2013, denunciou como seu filho Leonardo foi morto em 17 de Abril de 2012, assassinado de joelho pela UPP, em um beco depois de ter seguido pela polícia até este mesmo beco. Segundo ela os assassinos seguem impunes e ela, bem como vizinhos e testemunhas tem sofrido ameaças. Ela se juntou a esta manifestação porque “eles tem que saber o que eles estão fazendo, com a gente da periferia, da favela, porque nós somos seres humanos iguais a eles, porque quero justiça, temos que gritar.”

Fátima de Menezes, moradora de Manguinhos, mãe de Paulo Roberto, assassinado pela UPP em 17 de outubro de 2013, declarou, que seu filho morreu espancado e asfixiado em um beco, mais de 15 policias estiveram envolvidos nesta operação, e segundo ela nenhum dos policiais sequer foi indiciado pelo crime. O assassinato de seu filho foi poucos dias depois do aniversário de um ano da UPP desta comunidade e para ela a instalação das UPPs piorou muito a situação dos moradores, porque agora estaria “tendo mortes, mortes, e mortes, se você pesquisar vai ver que tem muito mais morte agora do que antes. Só morador. Não é porque é traficante que tem morrer. Tem que prender, pagar pelo erro deles. Mas eles [a polícia] não fazem isto.”

Esta mesma mãe também mostrou um outro lado da falência do projeto das UPPs que além de se mostrar um projeto repressor e assassino está mostrando a todos cariocas como sua desculpa de combate ao tráfico era um mentira. Segundo Fátima, em várias comunidades com UPPs estão ocorrendo invasões e troca de facções do tráfico de drogas. Como que isto poderia estar ocorrendo com as UPPs, ela se questiona.

Com estes diferentes questionamentos a manifestação de hoje marca uma continuidade na exigência a punição aos assassinos de Eduardo de Jesus e todos os outros assassinados pela polícia e marca também um questionamento global à política das UPPs.

 
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