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DIREITO A MORADIA
Remoção de Castro em Itaguaí: "Choque estava ateando fogo nos barracos com tudo dentro"
Redação

Um relato brutal foi enviado ao Esquerda Diário da reintegração de posse em terreno da Petrobras em Itaguaí. Crianças correndo, perdendo suas mães, uma senhora infartou em meio as balas de borracha e todos perderam seus pertences. A polícia de Castro, cumprindo ordens judiciais realizou uma dura repressão em mais de 3 mil pessoas vítimas da pauperização e da miséria que ocuparam um terreno vazio da empresa desde maio.

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Os policiais usaram bomba de gás, caminhão blindado com água e tratores passando por cima dos pertences das pessoas. Casas foram incendiadas e famílias perderam o pouco que tinham. Na correria, mães se distanciaram de seus filhos e uma senhora infartou, há informações de que teria falecido. É esse o tratamento brutal das autoridades, em meio a pandemia do coronavirus colocando famílias sem ter onde morar.

A empresa Petrobras é responsável, pois nem mesmo estava utilizando o terreno antes de ser ocupado, segundo relato ali havia se tornado um lugar de descarte de lixo ilegal por parte da Prefeitura de Itaguaí. São famílias pobres, em sua maioria negras. Pessoas vulneráveis e a repressão é o tratamento despendido pelo estado.

A ocupação que fica na cidade da Região Metropolitana do Rio, se iniciou em maio, em um terreno vazio da Petrobrás que fica na Estrada Deputado Otávio Cabral, no bairro Ponte Preta. O pedido de reintegração de posse se deu no dia 2 de junho, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por pedido da Petrobras.

Somente quando advogados da OAB chegaram até o local, uma parte das pessoas conseguiu recuperar os pertences, outra parte perdeu tudo:

“Os tratores começaram a destruir os barracos, vários moradores estavam no trabalho na hora, perderam tudo, teve gente que foi ao banco e quanto voltou não tinha mais nada, o choque estava ateando fogo nos barracos com tudo dentro.”

Em meio a uma pandemia, com elevada taxa de desemprego, alta no preço dos alimentos, do combustível, gás e da conta de luz, o que o governo de Castro mira é nos mais pobres, pauperizados pela crise e que buscaram a ocupação como meio de sobrevivência. A Petrobras dirigida por um general e que só pensa nos interesses de seus acionistas e não do povo, recentemente demitiu por justa causa um petroleiro por prestar solidariedade à ocupação, num claro caso de perseguição política. Nesse momento se beneficia de uma reintegração de um terreno vazio, inutilizado.

O Esquerda Diário se coloca ao lado a quem perdeu suas casas. É uma tarefa essencial dos sindicatos se unirem contra toda e qualquer remoção, ainda mais em uma pandemia. Se trata de um crime contra a humanidade em nome dos acionistas privados e estrangeiros da Petrobras. Nesse dia 03, chamamos a todos a estarem nas ruas e pressionar junto a nós a direção da CUT e a CTB por uma greve geral para parar o país contra Bolsonaro e Mourão. Veja abaixo o relato completo:

“a ocupação em Itaguaí começou no dia 1 de maio, com cerca de 300 famílias, em um terreno ocioso da Petrobrás, que foi destinado a criação de um polo Petroquímico no governo do José Sarney, o terreno estava sendo usado pra descarte de lixo contaminado por parte da prefeitura de Itaguaí. O acampamento surgiu como forma de protesto a falta de moradia, alimentação, vacina e contra a política de preços dos combustíveis da Petrobrás, o esquerda diário fez até uma matéria falando sobre o petroleiro Alessandro Trindade que foi demitido por justa causa, com a alegação que ele participou da ocupação no dia 1, sendo que ele só fez doações de cestas básicas pro povo. Próximo do dia 9 de junho, o presidente do STJ, acatou o pedido de reintegração da Petrobrás (se você quiser o documento, posso te mandar) a Petroleira alegou que os organizadores estavam colocando em risco as famílias por conta da crise sanitária, o acampamento cresceu demais nesses dois meses e já havia 3.000 pessoas lá.

Ontem aconteceu a reintegração, foi muito cedo, o povo resistiu e o choque cercou o acampamento, oprimiu na parte da frente, o povo saiu correndo mas estavam encurralados, atiraram balas de borracha e agrediram muita gente. No início da confusão, as crianças sairam correndo, quando eu cheguei, era umas oito da manhã, tinha mãe procurando filho ainda. Os tratores começaram a destruir os barracos, vários moradores estavam no trabalho na hora, perderam tudo, teve gente que foi ao banco e quanto voltou não tinha mais nada, o choque estava ateando fogo nos barracos com tudo dentro, quando os advogados da OAB do RJ chegaram, conseguiram desenrolar pras pessoas pegarem seus pertences, deixaram só algumas pessoas entrarem, vi uma adolescente que estava grávida pedindo pra pegar suas coisas e não deixaram ela passar. Uma idosa infartou e veio a óbito no momento da correria."

 
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