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USP
Em meio a suicídios no CRUSP, Reitoria da USP colocará R$ 340 mi em reserva de emergência
Pedro Oliveira

Na próxima reunião do Conselho Universitário (CO), no dia 29/06, a Reitoria da USP irá defender que sejam destinados mais de R$ 340 milhões para a reserva patrimonial de contingência, enquanto as condições precárias de assistência estudantil já causaram 3 suicídios nas últimas semanas.

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O CRUSP, na Cidade Universitária, no Butantã. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

O valor exato do quanto a Reitoria que guardar para contingências é de R$340.804.283,94. Esta decisão faz parecer com que está sobrando dinheiro na USP, mas na realidade o que vem ocorrendo é uma piora das condições de permanência estudantil na universidade, em meio à pandemia e ao ensino remoto.

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Em 2020, a Reitoria cortou auxílios do PAPFE, principal programa de bolsas da USP, para cerca de 52% dos estudantes que os recebiam. Foram mais de 3900 pessoas que deixaram de receber algum tipo de auxílio. Além disso, em maio deste ano, a Reitoria anunciou com quase nenhuma antecedência que alteraria a data de pagamento das bolsas, sob a desculpa de que faria um reajuste, que foi de apenas 100 reais, com o valor da bolsa passando para R$ 500.

No entanto, essa alteração de data, por "questões contábeis" segundo a Reitoria, fará com que esses estudantes simplesmente não recebam a bolsa de maio de 2021, levando muitos deles a não conseguir pagar contas em casa.

A situação da moradia estudantil, o CRUSP, também é precária, onde falta manutenção nos prédios e os moradores não tem sequer acesso a internet para assistir as aulas. Toda essa situação levou ao suicídio de 3 estudantes nas últimas semanas, e a Reitoria elitista é responsável por essas mortes!

Leia mais: "Jovem demais, negro demais...": violência e suicídio na USP

Além de tudo isso, a Reitoria também tem se recusado a pagar o auxílio-alimentação em dinheiro para os alunos que o recebem. Dado normalmente na forma de créditos para o bandeijão, este auxílio tornou-se insuficiente para muitos estudantes que, durante a pandemia, não podem ir até o campus para pegar as quentinhas, pois moram longe ou mesmo não moram sequer em São Paulo.

Toda esta situação faz com que a decisão da Reitoria de guardar R$ 340 milhões, que poderiam estar sendo utilizados para diversos fins muito importantes, seja ainda mais escandalosa. É uma demonstração de que existe, sim, dinheiro na universidade, mas o reitor Vahan Agopyan quer seguir em seu projeto privatista e elitista em vez de garantir permanência estudantil, ou de ampliar o quadro de funcionários, já bastante defasado devido aos programas de demissão voluntária, o que sobrecarrega os funcionários que ficaram.

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Por isso, o movimento estudantil deve lutar para que exista uma permanência de verdade, com reforma do CRUSP para garantir condições adequadas de moradia, bolsas de permanência para todos que necessitam e o reajuste dessas bolsas para pelo menos um salário-mínimo.

Deve ainda se juntar aos trabalhadores e professores da USP contra a precarização do trabalho, lutando pela efetivação de todos os terceirizados sem concurso, e a contratação de mais funcionários, para compensar a diminuição do quadro nos últimos anos, e a contratação de professores, visto que a atual falta de professores faz com que matérias fundamentais, como Libras para a licenciatura, sejam ofertadas apenas a distância, ou mesmo com que diversas matérias não seja oferecidas, como se vê em faculdades como a FFLCH e a FEA.

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