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Alguns dizem que Marx é ultrapassado, pois a fábrica do século XIX, com crianças de 8, 9 e 10 anos trabalhando 12 horas por dia, já não existe mais. Mas o Brasil de Bolsonaro em pleno século XXI desmente isso. Hoje não são poucas as crianças brasileiras que trabalham longas jornadas diárias. Também não são poucas que viram vítimas de acidentes.
Os números da pesquisa indicam que em 2019 houve 83 casos de acidentes de trabalho envolvendo crianças e em 2020 houve 108. Os casos são maiores do que os de 2011, quando o país registrou 104 notificações de acidentes desse tipo. O ano de 2020 só não superou os números de 2007.
Mas as subnotificações são imensas, por se tratar de acidentes envolvendo situações ilegais, uma vez que o ECA proíbe qualquer trabalho a menores de quatorze anos, como indica o artigo 60. Ou seja, acidentes com crianças de 5 a 13 anos durante o trabalho devem chegar a números bem maiores.
O trabalho infantil é uma realidade avassaladora no Brasil. Cerca de 30% das denúncias que chegam no Disque Direitos Humanos dizem respeito ao trabalho no ambiente doméstico, enquanto que 15% é relacionado ao tráfico. Com o aumento da miséria, da crise econômica, do desemprego e da carestia de vida em geral no país, as estatísticas relacionadas ao trabalho infantil no país tendem a subir. Com um presidente Bolsonaro que promove o trabalho infantil, então, não é de se estranhar que teremos ainda mais vítimas daqui pra frente.
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