O que o bolsonarismo não diz é sobre a responsabilidade de Bolsonaro do número de 487 mil mortes por covid que foi notificado ontem. De Bolsonaro e dos governadores, que hoje fazem demagogia com a vacina, mas que na verdade garantem o lucro das empresas farmacêuticas e laboratórios, sem vacina para todos e sem a quebra das patentes e zero reais de indenização para essas empresas. A motociata é, na verdade, o apoio a Bolsonaro, que busca reafirmar sua base de apoio visando as eleições do ano que vem, e aos ataques contra os trabalhadores. Apoio ao desvio verba supostamente de combate à pandemia, o chamado orçamento de guerra, à privatização da Petrobras, à repressão aos Yanomamis, à não liberação do auxílio emergencial, e à passagem da Reforma Administrativa.
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Cruzamentos de dados realizados por veículos de imprensa comprovam o desvio de 52 milhões da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), que deviam ser destinados para “informar a população e minimizar os impactos decorrentes da proliferação da doença”, mas que foram destinados para propaganda de ações do executivo. O dinheiro veio do Orçamento de Guerra, que existe para ser usado em três situações: guerra, comoção interna ou calamidade que é o caso da pandemia.
É também o Ministério da Justiça de Bolsonaro que recorre à Força Nacional para reprimir os Yanomami. O maior território de reserva indígena do país é atacado por garimpeiros ilegais desde a década de 1980 em Roraima, sofre com a fome e novos conflitos com o avanço do garimpo ilegal. Em resposta, STF e governo Bolsonaro enviam a Força Nacional para reprimi-los ainda mais.
Em São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador, na Refinaria Landulpho Alves (RLAM) - uma unidade que esteve em greve há meses atrás - agora uma nova luta é experimentada, desta vez contra o calote de uma empresa terceirizada. Esta refinaria foi recentemente privatizada de forma criminosa pelos militares que comandam a Petrobras, com acordo do STF e do Congresso que consentem tais privatizações, a preço abaixo do mercado, sem negociações públicas, para permitir que a venda das unidades se dê a preços menores que a metade do mercado.
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Bolsonaro e o Congresso golpista fizeram demagogia com um auxílio que não dá conta das necessidades dos trabalhadores em meio à fome e ao desemprego, aporfundados pela pandemia, e agora deixam 423,3 mil famílias sem liberação do auxílio emergencial. O resultado é que centenas de milhares de pessoas estão sem renda para se alimentar. Isso acontece ao mesmo tempo que a quantidade de beneficiários atingidos pelo auxílio - 39,1 milhões - e a quantidade de verba usada para o auxílio emergencial nesse mês - R$8,9 bilhões - estão abaixo dos 45,6 milhões e R$11 bilhões previstos.
E como se não bastasse, encaminham a reforma administrativa na CCJ da Câmara. Uma reforma que que ataca direitos dos servidores dizendo “cortar privilégios”, mas que na verdade atinge a educação e a saúde (diante de uma pandemia), cortando direitos de trabalhadores que recebem no máximo 3 salários mínimos.
É nesse sentido que é necessária a exigência às direções do movimento dos trabalhadores, do movimento estudantil, dos movimentos sociais, como CUT, CTB e UNE, centrais sindicais e a maior entidade estudantil do Brasil, dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, que organize uma luta em cada local de trabalho e estudo. E fazemos esse chamado também às organizações de esquerda, como PSOL e PSTU, nos sindicatos, entidades estudantis que dirigem, a encampar essa exigência, por uma luta por Fora Bolsonaro, Mourão e militares, que encenam na CPI da Covid com o Senado, enquanto milhares morrem e os ataques passam. A nossa luta é aqui e agora pra combater a pandemia e as reformas, com trabalhadores e estudantes unificados, não por ato no dia 19 que seja palanque para Lula 2022, que já acenou para militares, perdoou os golpistas, e disse que vai encaminhar as privatizações.
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