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18 DE JUNHO
Centrais sindicais convocam atos no dia 18/06: construir pela base e unificar com a juventude
Tatiane Lopes

Em nota publicada ontem, 09 de junho, as Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, CSP-Conlutas, Inersindical, CGTB e Pública convocam mobilizações em apoio aos atos do 19J nos locais de trabalho, no dia 18 de junho. Chamados como esse são o mínimo depois de meses de trégua, mas os objetivos eleitorais das direções do movimento impedem que a luta desenvolva a potência necessária para enfrentar Bolsonaro, Mourão e todo o regime, coisa que só pode vir com organização pela base e unidade entre trabalhadores e juventude.

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Centro do Rio de janeiro em 29 de maio de 2021 - Imagem: GETTY IMAGES

As manifestações do 29 de maio marcaram uma inflexão na conjuntura política do país. Significaram a volta dos atos de rua em meio à pandemia, onde a vanguarda que lutou contra o negacionismo de Bolsonaro, percebeu que não dá mais para aceitar o #FicaEmCasa da Rede Globo, de setores do regime político e das burocracias, que têm utilizado a justificativa sanitária para conter o descontentamento social, deixando as ruas para a extrema-direita. Mas por trás de toda potência demonstrada pela mobilização estão as direções do movimento e seus objetivos puramente eleitorais, por isso é importante entendê-las para batalhar por um outro caminho que não deixe nossa luta ser em vão.

Leia nosso editorial: 5 pontos para potencializar a mobilização com a força do 29M

Depois do 29M as direções convocaram novas manifestações para 20 dias depois, uma primeira demonstração de que o objetivo principal dessas direções com os atos é o de descomprimir o enorme descontentamento da população, mas mantendo o controle sobre essa revolta, não alimentando sua explosividade, e buscando canalizá-la para um sentido espectador frente à CPI da Covid, por exemplo, alimentando ilusão numa política de impeachment que mesmo a oposição mais acalorada sabe que não vai acontecer, cedendo lugar a um desgaste lento em base a uma espera passiva pelas eleições de 2022, enquanto as mortes pela Covid, a fome e o desemprego nos atingem agora.

Não bastasse a distância entre as manifestações, há uma separação consciente das direções entre as pautas que mobilizam a juventude, especialmente das Universidade Federais, que estão se colocando em movimento em defesa da educação contra os ataques do governo Bolsonaro, e os trabalhadores. Lutar contra os cortes nas universidades, mas também lutar contra as reformas, o desemprego e as privatizações, por vacina para todos com a quebra das patentes é o caminho da unidade que pode fortalecer a luta. A junção dessas bandeiras não é somente correta em seu conteúdo porque se ligam na prática, mas pode ajudar a massificar as mobilizações canalizando de forma mais coordenada o descontentamento que já está colocado contra as mortes por Covid e a fome, junto com essas demandas.

Saiba mais: Por que a UNE não constrói assembleias de base para massificar os atos do dia 19?

Diante dessa condução das direções majoritárias do movimento, é preciso que a esquerda e os trabalhadores atuem exigindo espaço de decisão real desde as bases frente a esse chamado de ações no dia 18 de junho. É urgente que sejam convocadas assembleias nos locais de trabalho e estudo, para não apenas discutir as melhores táticas, datas, que tipo de manifestação, etc, mas também o conteúdo que é preciso levar a diante. Só com os trabalhadores à frente das decisões em espaços democráticos como esses é possível colocar em prática a unidade das pautas da juventude e da classe trabalhadora, assim como colocar de pé um plano de luta coordenado, que envolva dias de manifestação unitária entre juventude e trabalhadores. Mais que as manifestações inclusive, essas assembleias podem e precisam avançar em ver como é necessário superar apenas ações midiáticas, como acaba sendo os atos nos finais de semana, e que sim uma paralisação nacional, envolvendo dezenas de categorias de trabalhadores, que seja capaz de parar setores da economia e coloque contra a parede empresários e governo é a ação necessária nesse momento.

Essa é a única estratégia capaz de garantir que a força enorme de jovens e trabalhadores que estão redespertando para a luta não seja em vão, canalizada para uma ilusória saída eleitoral que é incapaz de resolver os problemas mais elementares das nossas vidas hoje. É por isso também que em cada passo do movimento é preciso colocar claramente que é preciso mais do que a palavra de ordem “Fora Bolsonaro”, que expressa o rechaço da população contra Bolsonaro, mas ganhou um conteúdo específico pela política do regime, do PT e também da esquerda institucional de que a saída de Bolsonaro seria através de um impeachment que colocaria nada menos que Mourão no poder, um verdadeiro fim trágico como resultado de nossa luta. Por isso lutemos por Fora Bolsonaro, Mourão, todos os militares, única palavra de ordem que se enfrenta com todo o regime do golpe.

 
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