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ARTE E CULTURA
Lançamento Carcará: arte e cultura semanalmente no Ideias de Esquerda
Redação

Vem aí no próximo 13 de junho o lançamento do Carcará, seção de arte e cultura do Semanário Ideias de Esquerda, com análises, críticas, resenhas, vídeos, fotografias, entrevistas, recomendações culturais e produções artísticas. Convidamos todes a conhecerem, mandarem suas produções, divulgarem e se apropriarem todas as semanas de uma arte inconformada com a realidade de hoje e o capitalismo.

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Pega, mata e come

Carcará

Não vai morrer de fome

Carcará

Mais coragem do que homem

Carcará

Pega, mata e come

Canção de João do Vale e José Cândido, eternizada na voz de Maria Bethânia no Show Opinião do Teatro de Arena e símbolo de resistência à ditadura militar.

A situação da pandemia afetou mundialmente a área da arte e cultura, sendo um dos setores que, com a quarentena e o isolamento social irracional dos capitalistas, mas encontrou dificuldades para manter e reinventar a sua sustentação, difusão e produção, ainda mais de maneira independente.

Por outro lado, com a pandemia e a quarentena vimos também o boom do consumo de séries e filmes nas plataformas de streaming. Aqueles que tiveram direito à quarentena, e a trabalhar desde suas casas,e mesmo aqueles que continuaram trabalhando, mas se chocam todos os dias a uma realidade de convívio social cada vez mais restrito, passaram a ter um relativo tempo livre que ocuparam com séries e filmes de todo o tipo.

Por trás desse aumento de espectadores e assinantes das plataformas, vemos a ideologia burguesa, a publicidade, a indústria cultural adentrando com mais facilidade, rapidez e constância do que nunca o dia a dia da população. O que vivemos hoje é um bombardeio por parte das multimídias hegemônicas difundindo constantemente a ideologia que busca transformar o interesse da classe dominante no interesse comum e geral.

Os reality shows, séries, reprises de programas antigos, filmes que abordam temáticas distópicas baseando-se na dura realidade que estamos vivendo são alguns dos temas que estão no escopo dos produtos da indústria cultural que mais temos alcance atualmente. E o consumo dessa produção vai moldando também nossa consciência, visão e impressão da realidade, construindo uma subjetividade mais conservadora e uma profunda desilusão com o futuro, um pessimismo e um ceticismo exacerbados.

Entretanto, diante do governo de extrema direita do Bolsonaro e Mourão, com sua catastrófica e negacionista condução da pandemia que, junto com os governadores, o Congresso e o STF, não apresentaram um plano de emergência sério e são responsáveis pelas quase 500 mil mortes por Covid-19 hoje no país, precisamos nos alimentar de uma produção cultural e artística que nos desperte contra todos os ataques e a situação desalentadora que vivemos de opressão, fome e desemprego. Não podemos aceitar que moldem nossa consciência e visão de mundo para que fiquemos de cabeça baixa, apreensivos ou passivos.

A arte sempre acompanhou de perto os grandes momentos históricos, seja como reflexo da realidade e sociedade, seja como ponto disruptivo, propondo outros olhares e caminhos. É por esse fator que Bolsonaro e a extrema direita nacional e internacional busca enfiar nos porões tudo aquilo que sai da sua ordem escravista e reacionária, em particular o que se expressa na arte e na cultura: seja o funk, o carnaval e o samba das periferias, seja uma arte crítica aos governos e a exploração capitalista e a chama insurreta de uma juventude que quer fazer e falar de política. De um outro lado, existem as grandes empresas da indústria cultural que, embora muitas vezes se apresentem como progressistas, buscam controlar a produção cultural para que as denúncias das contradições que nos assolam não se expressem na forma artística com uma perspectiva de enfrentá-las e superá-las.

Ambos os lados estão juntos em defesa desta ordem capitalista decadente e dos lucros dos patrões.

Para nós, muito pelo contrário, a arte precisa ser livre de qualquer censura e controle governamental e dos grandes capitalistas, para que siga cumprindo seu papel histórico de questionamento, denúncia e expressão da realidade e das necessidades humanas. É por isso que defendemos até o fim a liberdade da arte e dos artistas, mesmo sabendo que, em sua completude, só poderia ser obtida em um outro tipo de sociedade sem exploração e opressão capitalista.

Acreditamos que a arte “expressa as necessidades interiores do homem e da humanidade atual”, citando o Manifesto por uma Arte Revolucionária Independente assinado por André Breton e Trotski em 1938.

Sabemos que sem a luta organizada dos trabalhadores e a construção internacional de ferramentas políticas de nossa classe, a arte não é capaz por si mesma de pretender substituir essa realidade nem de transformá-la materialmente, através de sua completa e radical reconstrução.

Mas a arte não pode ser alvo de qualquer tipo de coerção e imposição, na medida em que acreditamos que ela gera um contraste e um conflito com a realidade atual, um protesto contra esta.

Com o Semanário Carcará, impulsionado pelo Esquerda Diário, queremos fomentar a difusão e produção de artes que sejam uma arma para nós neste momento, que rompa com a censura da extrema-direita e com as barreiras da indústria cultural alienante que os empresários da Netflix, Globo, YouTube e afins nos reservam para aumentar seus lucros. Queremos impulsionar e emanar uma arte transgressora que historicamente cumpriu um papel em diversos momentos de inspirar mobilizações e questionar a ordem opressora colocada, ao passo que buscamos expressar e retomar experimentações, obras e os principais debates em torno da cultura e arte, que estimule uma apropriação crítica tanto dos “clássicos” quanto de produções recentes.

Somos estudantes e trabalhadores, escritores, artistas cênicos e visuais, músicos de todo o país. Somos maioria de mulheres, negros e LGBTs e queremos alimentar uma perspectiva revolucionária e anticapitalista na arte e cultura, disseminando e chegando a mais pessoas.

Convidamos todes a contribuírem com suas artes, textos e críticas, e a conhecerem, se apropriarem, se alimentarem e difundirem o Carcará. A partir do dia 13 de junho, todos os domingos, lançaremos junto com o Ideias de Esquerda a seção com compilados de textos, vídeos, entrevistas, relatos, notas, imagens e demais produções sobre arte e cultura.

 
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