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RODOVIÁRIOS DE PORTO ALEGRE
Em entrevista, Sebastião Melo (MDB) ataca rodoviários e defende acabar com a Carris
Redação

Sebastião Melo (MDB), em entrevista à Rádio Guaiba no dia 21/05, fez com suas palavras um verdadeiro show de horrores. Afirmou, novamente, que irá investir na privatização ou liquidação da Carris.

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O prefeito que cada vez mais se assemelha ao Bolsonaro, no negacionismo, na política privatista e até mesmo nos trejeitos nojentos, disse que irá encaminhar em breve à Câmara de Vereadores o projeto de privatização da Carris. Além disso questionou o papel da prefeitura referente ao transporte público.

"É papel da Prefeitura ter empresa de ônibus? São meio bilhão colocados pelo município lá".

O "meio bilhão" que Melo se refere foi gasto nos últimos 10 anos. Entretanto, essa frase serve apenas para tentar justificar a entrega da centenária empresa de transporte público aos tubarões do transporte, os verdadeiros "chefes" de Melo e seu governo.

Voltemos à pergunta. Se não é papel da prefeitura é papel de quem? Para Melo são as empresas privadas, o mesmo setor que durante a pandemia abandonou mais de 20 linhas que não davam o mesmo lucro esperado devido à redução de passageiros. Isso mesmo, o setor que Melo indica como os responsáveis pelo transporte público abandona linha. Essas linhas em sua maioria atendem regiões periféricas da cidade. A consequência foi a lotação ainda maior dos ônibus para esses locais, aumentando o risco de contaminação pelo coronavírus, atingindo principalmente a parte da população trabalhadora, pobre e negra.

Por outro lado, foi a Carris que tomou boa parte dessas linhas abandonadas, arcando com todos os custos. Ainda assim, Melo despejou R$ 42 milhões para seus amigos empresários donos de empresas de transporte. Ou seja, o "prejuízo" que alega da Carris é consequência de uma política de sucateamento implementada pela Prefeitura e empresários para justificar a privatização. Quem paga o maior preço são os usuários do transporte e os rodoviários que tem seus empregos ameaçados.

Relatos enviados por rodoviários da Carris ao Esquerda Diário confirmam que a empresa continuará operando essas linhas abandonadas pelas empresas privadas. Esses empresários afirmam que não vão assumir as linhas porque são deficitárias. Vale o questionamento: caso privatizem a Carris, essas linhas deixarão de existir e todas as comunidades afetadas ficarão sem ônibus? Ao que parece, de acordo com a entrevista de Melo, sim.

Veja também: VIDEO: Contra a privatização da Carris

Continuando a entrevista, dessa vez apontando sua mira aos rodoviários, Melo afirma que hoje são mais de 400 trabalhadores da Carris em licença saúde e questiona:

"Será que todos estão realmente doentes?"

Em uma rápida pesquisa é possível ver que motoristas e cobradores estão no topo da triste marca de afastamento por morte em 2020/21, grande parte por covid-19, além de tantas outras doenças comuns na categoria. Ademais, o Melo não é médico e não tem autoridade alguma para questionar os afastamentos proferidos por médicos aos rodoviários. Com isso, Melo quer impulsionar uma maior perseguição aos trabalhadores que adoecem em decorrência da extenuante jornada que são submetidos 6 dias por semana, tanto nas empresas privadas, quanto nas públicas.

Pode lhe interessar: 6 motivos para lutar contra a privatização da Carris

É possível ver partes da entrevista aqui.

 
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