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DISPUTA ELEITORAL
PT e partidos da esquerda em MG miram 2022 e população sofre por mortes, fome e desemprego
Flavia Valle
Professora, Minas Gerais

A disputa eleitoral está aberta também em Minas para as eleições de 2022. Uma figura como Alexandre Kalil que aparece como representante outsider desse regime fruto do golpe institucional, por um lado. E um aliado de Bolsonaro, Romeu Zema, por outro. O PT segue sua busca pelas alianças com a direita e para isso mantêm a paralisia da CUT; política que partidos de esquerda, como o PSOL, também se adaptam. Enquanto a grande batalha é a de unificar a classe trabalhadora contra os ataques e nossos inimigos de classe!

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O governador Romeu Zema, apesar de mudar seu discurso negacionista frente ao maior isolamento e queda de popularidade do governo Bolsonaro, segue sendo um grande aliado do governo federal negacionista e assassino.

Assim como no Rio de Janeiro com a privatização da Cedae, Zema prepara para Minas Gerais a privatização de empresas estratégicas como a Copasa e a Cemig. E na educação implementa ataques como a municipalização e privatização de escolas. Além de ser o responsável pela fome e o desemprego no estado. Por tudo isso, também segue com o apoio de grupos da extrema direita como o Direita Minas e seus parlamentares.

Já o prefeito Alexandre Kalil ocupa na capital mineira um espaço anti-Bolsonaro com sua demagogia pró-ciência e pró-vacinas, mesmo sem garantir vacinas nem para os serviços considerados essenciais como metroviários. Além de ser o mesmo que se apoia no judiciário golpista para cortar autoritariamente o ponto das educadoras infantis de BH, que fazem greve sanitária.

Rumo às eleições de 2022, a direita golpista tenta fugir da polarização Lula e Bolsonaro, buscando favorecer candidatos dispostos a manter a agenda de ataques. E nesse sentido, ainda que desconhecido nacionalmente, a mídia golpista dá projeção a Kalil, figura que se ergue como representante do bonapartismo institucional nesse regime fruto do golpe. Kalil é do PSD, principal partido do centrão, que por seu fisiologismo também veio sendo base de sustentação de Bolsonaro. O mesmo partido que Eduardo Paes (prefeito do Rio de Janeiro) se filiou e com quem Marcelo Freixo do PSOL também negocia apoio para uma frente ampla.

O PT por sua vez, depois da derrota eleitoral na capital nas últimas eleições, se prepara para fazer todo tipo de aliança com a direita golpista, para além das que já estavam dispostos, como a que fez Marília Campos (PT) com o partido MDB para chegar à prefeitura de Contagem. Buscam uma frente ampla, já que rumo às eleições de 2022 até mesmo golpistas e burgueses podem ver em Lula uma alternativa frente ao aprofundamento do descontentamento social. Lula, por sua vez, se reúne com Sarney, grotesca figura da política tradicional. A visita de Haddad a Kalil em fevereiro foi mais um sinal de intenções do petismo com a direita e partidos burgueses.

E para isso precisam manter as centrais sindicais na paralisia, como a CUT e a CTB. Desta forma, dividem a força de trabalhadores, que em Minas Gerais significa manter na paralisia categorias estratégicas como metalúrgicos, petroleiros, correios, educação, bancários, metroviários, entre outras, todas dirigidas pela CUT e CTB no estado. Categorias que, quando se mobilizam, como recentemente em petroleiros e metroviários de BH, ficam isoladas por parte dessas centrais sindicais. Tudo para conter a força dessas bases de trabalhadores que tem tradição de luta e também foram linha de frente contra o golpe institucional.

Nesse tabuleiro para as eleições de 2022 os partidos de esquerda em Minas Gerais seguem sua adaptação ao PT e às saídas eleitorais, por uma frente ampla e pelo impeachment. Este que levaria Mourão ao poder, um militar adorador da ditadura de 1964. Com esta bandeira estão hoje PSOL, UP, PCB e PCO. E o PSTU, que também participou da Plenária Nacional do Impeachment que teve a presença até do PSL.

Já na Câmara de BH, as parlamentares do PSOL atuam como interlocutoras da prefeitura de Kalil, mesmo com esse prefeito cortando ponto de trabalhadoras, além dos ataques a direitos elementares que a população vive em em BH como a falta de moradia, os despejos, as enchentes e BH continuar sendo uma das capitais mais desiguais do país.

Essa política do PSOL e suas parlamentares acompanha a política do PT, que se prepara para as eleições de 2022, aceitando a paralisia que as grandes centrais geram, apostando em Kalil como aliado, com a mesma lógica da frente ampla. Ao contrário de canalizar a energia e disposição das ruas para pressionar institucionalmente, os mandatos parlamentares de partidos de esquerda deveriam ser uma plataforma para impulsionar a luta de trabalhadores e dos movimentos sociais e fortalecê-las contra os ataques de Kalil e dos governos, ou seja, servindo para a luta de classes e não para conciliar com a prefeitura enquanto essa ataca direitos elementares de trabalhadores e da população.

O PSTU por sua vez, que também compõe a direção do SindRede, ao invés de buscar medidas de unificação entre os contratados e terceirizados, vem mantendo a greve na expectativa de um recuo de Kalil, mesmo com o prefeito tendo adotado medidas duras contra os trabalhadores como o corte de ponto.

Já a Unidade Popular (UP), defende a necessidade de ir para as ruas pressionar que a CPI da Covid abra o impeachment, pintando com uma cara aparentemente combativa uma política pensada para salvar o regime do golpe e seus atores.

Nossa grande batalha é pela unidade de trabalhadores contra os ataques do governo Bolsonaro e Mourão e de seu aliado Romeu Zema, sem depositar nenhuma confiança em governadores e prefeitos como Kalil, apostando unicamente na força de nossa classe. E por isso exigimos que a CUT e a CTB rompam sua paralisia e chamem em Minas Gerais um plano de luta contra os ataques de Zema e Bolsonaro, começando por cobrir de solidariedade a greve sanitária das educadoras de BH contra o corte de ponto que impõe Kalil.

Fazemos um chamado para os partidos de esquerda, suas correntes no movimento estudantil, de mulheres e de negras e negros, assim como às parlamentares do PSOL, a conformar um pólo-antiburocrático para articular ações em comum. Esta seria uma forma de fortalecer essa exigência às grandes centrais e lutarmos contra a divisão criada por elas. Buscando apoiar as lutas que as direções das grandes centrais deixam isoladas e que são focos de resistência importantes como a greve sanitária de educadoras de BH, paralisações de trabalhadores terceirizados da MGS em BH, a luta das trabalhadoras da saúde, a mobilização de metroviários de BH por vacinação, a greve de petroleiros de Montes Claros contra a privatização da empresa.

Além da batalha para que o ato nacional da juventude chamado para dia 29 deste mês seja apoiado por trabalhadores e seja construído pela base, com assembleias que deem voz aos estudantes, o contrário do que a UNE vem fazendo até agora.

Frente à crise do regime político em nosso país, batalhamos pelo fora Bolsonaro e Mourão e por uma saída de enfrentamento a esse regime fruto do golpe institucional, por via de uma assembleia constituinte imposta pela mobilização, para dar respostas aos problemas estruturais do país. E no marco dessa luta, desenvolver organismos de auto-organização e uma unidade de trabalhadores e seus sindicatos que possam abrir caminho para a única saída efetiva para os problemas do país, ou seja, um governo de trabalhadores de ruptura com o capitalismo.

Essas são algumas batalhas que damos desde as estruturas que atuamos como na educação, na UFMG e nas bases de fábricas, trabalhos precários, batalhando por frações revolucionárias no movimento de mulheres, no movimento estudantil e no movimento negro. Em especial buscando que o Esquerda Diário possa ecoar a voz da nossa classe, como faz entre as trabalhadoras da saúde, petroleiros, metroviários, carteiros, conectando-se aos principais focos de resistência do estado, ampliando nossas redes de difusão e apoio por diversas categorias.

 
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