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GOVERNO BOLSONARO
Por uma nova Constituinte para pôr abaixo a “festa” de Bolsonaro, Centrão e do Agronegócio
Cássia Silva
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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em meio às centenas de mortes por Covid, ao desemprego e à fome, Bolsonaro garante a manutenção de um verdadeiro escândalo que é a criação de seu orçamento paralelo, de R$ 3 bilhões em emendas, que vão direto para o bolso de parlamentares do Centrão. É sua forma de ganhar a influência desta corja fisiológica reacionária, que controla a CPI da Covid, mas em nada combate verdadeiramente a pandemia, muito menos a política de Bolsonaro. Assim, Bolsonaro mantém uma base de sustentação em seu governo. Bolsonaro discursou sobre combater a corrupção em sua campanha, mas se sustenta nela mesma para manter-se vivo.

São 101 ofícios enviados por deputados e senadores de requerimento de uso desses R$3 bilhões a seu bel prazer para o Ministério do Desenvolvimento Regional, segundo o Estadão. Esse orçamento paralelo criado por Bolsonaro tem como objetivo aumentar sua base no Congresso, agradando o centrão, como o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). A base de implementação desse orçamento é arbitrária, afinal são os ministros que definem o requerimento dos políticos de onde aplicar o dinheiro, os acordos não são públicos e a “distribuição” dele é com base em aproximações eleitorais.

Além disso, Bolsonaro rifa estatais para lavar esse dinheiro para compra de maquinário agrícola, como com esse único objetivo que tinha com a expansão da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). A estatal foi loteada pelo centrão para aplicar o dinheiro desse orçamento, para supostamente “executar obras”, mas, que, na verdade, será usado para entregar máquinas aos municípios e estados mais rapidamente do que o governo.

O senador golpista Davi Alcolumbre (DEM-AP) é um exemplo. Alcolumbre, ex-presidente do Senado, destinou R$81 milhões para a Codevasf. Ele, junto a outros políticos, controlam a Codevasf. Isso tudo para fortalecer o agronegócio, que é parte da base do centrão e também de Bolsonaro. As máquinas são destinadas a prefeituras para auxiliar nas obras em estradas nas áreas rurais e vias urbanas, assim como servem também para fortalecer o centrão nas eleições, com festas de entrega dos equipamentos, o que garante encontros e fotos com potenciais eleitores em ano pré-eleitoral.

Isso acontece em meio às centenas de milhares de mortes por covid, enquanto a classe trabalhadora e o povo pobre brasileiros amargam com o desemprego e a fome. O estado de origem de Alcolumbre é o Amapá, que em meio à situação caótica do estado, estava preocupado com a queda de seu irmão nas eleições, e sua família vivendo tranquilamente com luz e energia em seus caros condomínios. E junto a ele estava e está Bolsonaro, que está fazendo com que sejam os brasileiros a pagar pela crise energética no Amapá em suas contas de luz, e não os capitalistas responsáveis.

O cenário no país é de que há 54 dias morrem em média mais de duas mil pessoas por dia por covid no Brasil. Recentemente perdemos Paulo Gustavo, que se tornou um símbolo das mais de 400 mil mortes. Com o aprofundamento da crise econômica em todo o mundo pela pandemia, o Brasil bateu recorde histórico com mais de 14 milhões de pessoas no desemprego, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por amostras de domicílios) contínua, do IBGE. Os que não amargam com desemprego, amargam os resultados da Reforma Trabalhista, Reforma da Previdência de Bolsonaro e do golpe de 2016, com trabalho precário, terceirização irrestrita, uberização. Isso sem contar os dados de insegurança alimentar, em que 13% passam pelo estágio grave, ou seja, fome.

Enquanto os golpistas criam uma névoa de suposta revelação sobre a gestão do presidente da pandemia com a CPI da Covid, Bolsonaro segue beneficiando o centrão e o agronegócio. Bolsonaro é claramente responsável pela catástrofe social que o país vive hoje. O instrumento de uma CPI serve exatamente para as parcelas do regime brasileiro, como Calheiros, Pacheco, Globo, STF tentarem se diferenciar do projeto do bolsonarismo, de uma forma que apareçam que não são responsáveis também pelas mortes e fome, e que buscam “justiça”. E as forças progressistas, apostam suas fichas na confiança de uma CPI que tem como protagonistas estes atores, que em nada respondem aos anseios da população. Conduzem setores dos trabalhadores à depositarem confiança em uma saída que apenas nos conduz para um buraco de rato, recheado de golpistas. É o caso do PT, que atua pela unidade com os setores liberais, e que deposita sua confiança na CPI do Centrão, enquanto as centrais sindicais que dirige, como a CUT, se mantém em uma longa paralisia, deixando passar ataques, e enfraquecendo as possibilidades de luta por baixo, vindas dos próprios trabalhadores.

Para colocar abaixo Bolsonaro, Mourão, todo o regime político do golpe e seu legado, é necessário impulsionar a mobilização independente dos trabalhadores, fazemos esse chamado ao conjunto da esquerda, como o PSOL e o PSTU, a exigir das centrais sindicais, como a CUT e a CTB, dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, que rompam sua paralisia, ao invés de ficarem na espera de 2022 e tentam desgastar Bolsonaro com a CPI, enquanto o povo morre de fome e de covid, enquanto Bolsonaro enche os bolsos do centrão e do agronegócio de dinheiro.

A corrupção é parte intrínseca desse regime e do estado capitalista de conjunto, por isso, os políticos deveriam ser julgados por júri popular independentemente de serem militares ou civis. Precisamos combater essa casta política, que hipocritamente tenta se lançar como redentora dos problemas do país, é um problema fundamental, ao mesmo tempo que os responsáveis pelo agravamento da pandemia não podem sair impunes. Nesse sentido, é preciso impor pela mobilização uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana para que o povo possa decidir os rumos do país, assim como em que os trabalhadores possam batalhar para revogar todas as reformas. E que pela luta, possamos virar o jogo da luta de classes para impor um governo de trabalhadores de ruptura com o capitalismo.

 
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