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CHACINA DO JACAREZINHO
Polícia do RJ elogia chacina do Jacarezinho e critica "ativismo judicial"
Redação

Após cometer o que poderia ser a maior chacina da história do Rio, a polícia do estado, através do o delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, disse que as mortes eram justificadas e que o "ativismo judicial" tinha sangue nas mãos.

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Foto: Foto: Fabiano Rocha/Divulgação

Hoje foi mais um dia que os moradores do Rio se depararam com a barbárie da polícia. Uma operação policial na favela do Jacarezinho deixou 25 mortos, pelos números oficiais, ainda que os moradores relatam que podem ter mais dezenas. Dessa forma, é operação com da polícia com mais mortos (pelos números oficiais) poderia ser considerada a maior chacina da história do estado, superando uma outra cometida por um grupo de extermínio na baixada fluminense que deixou 29 mortos em 2005. Feito "histórico" da PMERJ, ante o fato que não foram poucas chacinas que ocorreram por aqui.

Além dos mortos, de granadas e do intenso tiroteio - que chegou até mesmo a ferir trabalhadores que estavam no Metrô - outros requintes de crueldade também foram vistos na operação, como a denúncia que colocaram um cadáver numa cadeira com os dedos dentro da boca como forma de intimidar as pessoas.

Essa chacina aconteceu mesmo com a ADPF 635 do STF, que impede as operações policiais sem justificativa legal nas favelas, mas claramente operações policiais nunca deixaram de acontecer.

Além de toda a barbárie cometida o delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, disse que as mortes eram justificadas e que o "ativismo judicial" tinha sangue nas mãos. Segundo ele:

"A gente não tem como nominar A, B, C ou D. São diversas organizações que buscam nesse discurso impedir o trabalho da polícia. Quem pensa assim está mal intencionado ou mal informado. Impedir que a polícia cumpra o seu papel não é estar do lado de bem da sociedade. O ativismo perpassa uma série de entidades e grupos ideológicos que jogam contra o que a Polícia Civil pensa. E a polícia está do lado da sociedade. (...) É preciso dar um basta nisso tudo. É preciso acabar com discurso de pobre coitado e de vitimização desse criminoso."

Outro delegado, Felipe Curi, do DGPE (Departamento Geral de Polícia Especializada), complementou seu colega: "Não tem nenhum suspeito aqui. A gente tem criminoso, homicida e traficante. O que causa muita dor na gente é a morte do nosso colega."

As declarações deixam bem claro o papel que a polícia e inclusive mostram como são cientes desse papel, colocando que os "ativistas" impedem que a polícia cumpra seu "trabalho", de matar e aterrorizar os moradores de favela cotidianamente. Por isso, é com o mais amplo ódio e rechaço que os trabalhadores e os setores populares devem ter com essa instituição e se inspirar nos levantamentos dos EUA e de outros países conta a violência policial e exigir o fim dessa instituição com raízes escravocratas e que hoje só tem o papel de reprimir, matar e aterrorizar os trabalhadores e a população pobre.

Também mostram ao que veio o atual governador Cláudio Castro. Vice de Witzel e aliado de Bolsonaro, o governador logo após tomar posse oficialmente já busca roubar os recordes de seu antecessor, que falava em "mirar na cabecinha". Não podemos aceitar essa situação de barbárie cotidiana, ampliada sob a condução da extrema direita no governo federal e no estado e que ainda por cima é justificada e defendida pela própria polícia. Todo ódio de cada familiar de cada amigo das vítimas na mão da polícia, de cada morador de favela que cotidianamente tem que conviver com tiroteio, que sai de casa sem saber se vai conseguir voltar, que tem medo que seu filho morra pelas mãos dessa polícia assassina, precisa se converter em revolta nas ruas e organização!

Ver também:: Chacina do Jacarezinho: o massacre da operação policial mais letal da história do Rio

 
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