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CPI DA COVID
A CPI não é pra salvar vidas, é pra salvar o regime do golpe
Calvin de Oliveira
Estudante de Geografia da UFF - Niterói

Sessão de inquéritos que se abre hoje, com nomes principais como Mandetta e Teich, supostamente busca salvar vidas contra o desastre que é Bolsonaro. Entretanto, setores empolgados com instrumento do regime são também responsáveis pelas 400 mil mortes, privatizações e fome.

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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Sebrae de Notícias

Começa hoje, presidida por ninguém mais que Renan Calheiros, símbolo do golpe institucional junto a Eduardo Cunha, a Globo e o Judiciário, a CPI da Covid no Senado. No dia de hoje estão programados inquéritos com Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, enquanto Pazuello declarou que não poderá hoje. Esses mesmos setores que foram entusiastas do golpe, da EC 95, das reformas trabalhistas e da previdência, que legalizaram o trabalho uberizado e deixaram a saúde destroçada para enfrentar problemas como a pandemia. Agora se entusiasmam com a CPI da Covid ao mesmo tempo que comemoram a privatização da CEDAE, junto com Bolsonaro.

Esse foi claramente um desastre criado pela burguesia internacional e seus reacionários capangas no Brasil, com o claro apoio de Dória e toda a direita que hoje quer se passar como opositora. Bolsonaro é claramente responsável pela catástrofe social que o país vive hoje, (e junto a ele setores burgueses da Faria Lima. Isso de uma forma ou de outra será atestado na CPI da Covid), e de alguma forma também já foi atestado por pesquisadores da USP. A recusa a tomar qualquer medida contra a pandemia, testes em massa, máscaras, aumento de leitos, vacina, além da política de Estado levada à frente negando a gravidade da pandemia, levaram ao país mais de 400 mil mortes.

Frente a esse cenário de calamidade que vive o país, com a queda de apoio da população ao Bolsonaro(com contradições como vimos nos atos de domingo e nas Marchas da Igreja) e também dos militares. O instrumento de uma CPI serve exatamente para essas parcelas do regime brasileiro já mencionadas, como Calheiros, Pacheco, Globo, STF tentarem se diferenciar do projeto do bolsonarismo, de uma forma que apareçam que não são responsáveis pelas mortes e fome, e que buscam “justiça”. De nenhuma forma podemos ver na CPI, um questionamento por exemplo dos bandos burgueses que apoiam Bolsonaro, como CNN, BTG XP e outros.

Querem, a partir da CPI, separar o que foi a gestão da pandemia de Bolsonaro de todos os ataques à classe trabalhadora que vieram fazendo junto com o presidente, uma forma com que a população questione somente o bolsonarismo e mantenha a legitimidade de instituições como Congresso, Senado, STF e a imprensa. Assim, Arthur Lira falou: "Destinar parte da ação do Senado para a CPI pode atrasar as reformas e qualquer tipo de projetos que tramitam na Casa.” Principal projeto do congressista é a reforma administrativa que ataca o funcionalismo público. Além de vários membros da CPI, entre eles "opositores a Bolsonaro", votarem e o Senado aprovar, a PEC emergencial durante a pandemia, que congelou o salário de todo o funcionalismo em 15 anos, inclusive dos trabalhadores da saúde.

Ainda sim, organizações de esquerda, são entusiastas da CPI como se depois viria o impeachment e este não levasse um fortalecimento do Congresso e Mourão ao poder. A política desses partidos é o #FicaEmCasa, quando grande parte dos trabalhadores são obrigados a trabalhar sem nenhuma segurança sanitária. Por isso, esses partidos deveriam estar colocando seu peso para organizar os focos de resistência em curso, unificando os trabalhadores que tiveram direito ao isolamento social com a grande massa de trabalhadores que estão trabalhando, para lutar por um programa de emergência frente à crise.

Para colocar abaixo todo o regime do golpe e seu legado, lutamos para impulsionar a mobilização independente dos trabalhadores, exigindo das centrais sindicais, como a CUT ligada ao PT e a CTB ao PCdoB, que rompam sua paralisia, ao invés de ficarem na espera de 2022 e tentam desgastar Bolsonaro com a CPI, enquanto o povo morre de fome e de covid. Os responsáveis pelas mortes geradas no Acre e em Manaus por asfixia não podem ter seu destino atrelado ao curso de um inquérito parlamentar. Deveriam ser julgados por júri popular independentemente de serem militares ou civis, com juízes eleitos, e que não recebam os salários de marajás, mas que tenham o salário de uma professora. Combater a casta judiciária, que hipocritamente tenta se lançar como redentora dos problemas do país, é um problema fundamental, ao mesmo tempo que os responsáveis pelo agravamento da pandemia não podem sair impunes.

Por isso, para enfrentar todo o regime do golpe os trabalhadores precisam defender uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que seja imposta pela mobilização para que seja o povo a decidir os rumos do país.

 
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