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GREVE DAS FORNECEDORAS DA LG EM TAUBATÉ
A esquerda pode transformar a luta das terceirizadas da LG em um exemplo nacional?
Marcella Campos
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Já são mais de 20 dias de greve e luta das trabalhadoras e trabalhadores das fábricas Suntech, Bluetech e 3C, fornecedoras da LG em São Paulo, contra o fechamento da gigante sul-coreana no Brasil, que vai deixar centenas de famílias sem sustento em meio as crises econômica, social e pandêmica no país.
Nesses dias a voz de centenas de mulheres, maioria na greve, ecoaram em Taubaté, chamando a unidade com as trabalhadoras da fábrica direta da LG. Em carta as trabalhadoras deixam uma grande lição “a LG nos dividiu em quatro fábricas, mesmo assim somos todas mulheres trabalhadoras”.

Como seria se essa ideia ganhasse outras lutas, outras cidades e outras regiões do país?

Certamente, é contra isso que atuam as direções sindicais burocráticas, como a CUT, por exemplo, que durante a greve dos trabalhadores diretos da LG, fizeram de tudo para que nenhum ato, nenhuma assembleia ou ação de greve fosse realizada em unidade entre diretos e terceirizados. Terminaram a greve dos trabalhadores diretos, sem que se implementasse uma comissão unificada da luta das quatro fábricas, que estavam lutando pelo mesmo objetivo de manter as fábricas abertas e seus empregos. Mantiveram a divisão que a própria patronal implementa, dividindo entre diretos e terceirizados.

O que realmente querem as burocracias sindicais é abafar todos os focos de resistência que surgem pelo país, para que não virem um exemplo nacional de luta, e assim não se enfrentar com os ataques não só de Bolsonaro, já que isso significaria organizar trabalhadores para lutar contra governadores, parlamentares e partidos da ordem, que dizem ser oposição a Bolsonaro, mas na prática atuam contra a vida dos trabalhadores. E esses - Doria, Lira, Rodrigo Pacheco etc. - são seus aliados na política de desgaste de Bolsonaro para a eleição de 2022, em que o PT, que dirige milhares de sindicatos e milhões de trabalhadores, quer apostar todas as suas fichas para eleger Lula, para que ele administre a obra econômica do golpe institucional, que desde 2016 veio degradando as condições de vida, hoje evidente na tragédia que se tornou a pandemia, e a fome e desemprego no país. O que querem a CUT, CTB e demais centrais sindicais é canalizar toda a insatisfação e revolta na disputa eleitoral presidencial.

O sindicato que organiza os funcionários das fábricas terceirizadas é dirigido pela CSP-Conlutas (PSTU), uma central sindical da esquerda, e que justamente por isso precisa assimilar que para vencer as demissões e o fechamento da LG a principal tarefa é, mais do que nunca, fazer com que essa greve, que segue já há quase um mês, amplifique sua voz e visibilidade, rompendo com o cerco feito pela grande mídia e burocracias sindicais, que não querem um exemplo nacional de resistência. Quanto mais os partidos de esquerda, PSTU e PSOL, demoram para chamar toda a solidariedade possível dos movimentos sociais, mulheres, negros etc., à luta das trabalhadoras terceirizadas da LG, exigir das centrais sindicais tenham medidas concretas para tirar do isolamento e do cerco da mídia essa greve e que a coordene com outras lutas em curso, mais perto de perder a oportunidade de aproveitar e aumentar a força dessa maioria de mulheres, dispostas a brigar pela permanência de seus empregos, para transformar todas esses focos em uma luta conjunta, organizada e nacional, para virar o jogo e colocar a classe trabalhadora em movimento.

É um erro que os partidos de esquerda, quando falam em unidade, se refira a unidade com políticos e partidos golpistas pelo impeachment de Bolsonaro, que colocaria o militar reacionário Mourão no poder, como fez PSOL e PSTU em reunião virtual de super pedido de impeachment que reuniu do PT aos bolsonaristas envergonhados Alexandre Frota, Kataguiri e Joice Hasselmann.

Não é só digno de nota que nessa luta contra o fechamento da LG no Brasil as mulheres se destaquem. Ter mulheres na linha de frente é um fator objetivo e subjetivo que causa impacto e força, para que se torne exemplo, não só aos setores oprimidos da sociedade, mas também para a grande maioria da classe trabalhadora brasileira, as mulheres. Como disseram as trabalhadoras terceirizadas, somos todas trabalhadoras. Isso é o que pode impulsionar, junto à aos partidos e parlamentares de esquerda chamando a solidariedade à greve da LG, que em cada luta pelo país os trabalhadores passem a exigir das burocracias sindicais reuniões e assembleias, virtuais ou presenciais onde for possível, para ter um plano de luta que se unifique umas com as outras, por vacina para todos, com quebra das patentes, auxilio emergencial de pelo menos um salário, proibição das demissões e revogação de todas as reformas antioperárias.

Por isso, chamamos que a CSP-Conlutas, o PSTU, PSOL e seus parlamentares chamem todo apoio à greve das fábricas terceirizadas da LG, o que infelizmente não aconteceu até agora com quase um mês de greve, e conforme um polo anti burocrático que exija das centrais sindicais a unificação e coordenação de todos os focos de resistência que estão de pé no país nesse momento. Não basta dar alguns minutos para que as diretoras do Sindicato dos Metalúrgicos de São Jose dos Campos, agradecerem apoios na live do 1º de Maio classista, é preciso batalhar para que de fato a luta das fornecedoras da LG se torne um símbolo e impulso da unificação de todas as lutas e mobilizações.

 
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