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DENÚNCIA
Trabalhadores passam fome enquanto os empresários lucram fortunas
Redação
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O Esquerda Diário conversou com uma trabalhadora assistente social do ABC paulista, que relata a situação de pobreza crescente devido a crise econômica e a pandemia. Os relatos dela são chocantes, e infelizmente expressam a realidade de centenas de milhões de trabalhadores precarizados por todo o país:

“Vejo que as pessoas chegam bem desesperadas e o nível de desespero vem aumentando sem comida, sem dinheiro pra pagar aluguel”

Segundo a recente pesquisa “Efeitos da pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no Brasil”, coordenada pelo do Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça, são cerca 125 milhões de brasileiros que sofrem com insegurança alimentar, ou seja, não sabem se vão ter o que comer no dia seguinte.

“Por causa do fechamento da Ford, no meu dia a dia, chegam cada vez mais dos que trabalhavam de terceirizados para as fornecedoras dela, fornecedores de auto peças e tals. Durante 2020 foram se virando com o auxílio emergencial e que hoje já não tem nem isso, mesmo os que irão receber esse $150, mal paga o gás.”

Esse é o efeito concreto de quando empresas como a Ford e a LG fecham suas portas, demitindo milhares de trabalhadores, após anos e anos lucrando com sua mão de obra. Os terceirizados, com salários mais baixos e com menos direitos, são sempre os mais afetados.

“Essa família que mencionei de hoje o pai, chegou já quase sem ar, porque tinha passado em vários lugares, amigos e afins. Ele já chegou despejando que não tinha outra opção senão "mendigar", porque sem renda e sem auxílio estavam passando fome, coisa que nunca havia passado na vida. Foi preciso acalmá-lo, porque ele falava tão rápido que não dava pra entender direito.”

Percebam o desespero deste relato. A situação fica ainda pior com o aumento do preço da cesta básica, que aumentou 30% no último ano. O gás de cozinha já passa dos R$90,00 nesta região. E o índice de desemprego já chega a 14,5% no território nacional. O aluguel então nem se fale, muitos trabalhadores estão sendo despejados de suas casas. Mas a situação é ainda mais terrível entre as mulheres:

"Também é crescente o medo dos filhos passarem fome. Algumas mães estão se prostituindo e trazendo como isso tem sido adoecedor pra elas, mas o medo de passar fome é maior. Dias atrás atendi uma mãe, que trabalhava como terceirizada e foi demitida no final do ano passado, em meio ao choro ela falou ‘Olha eu nem sei como dizer isso, a dor de ver meu filho chorando de fome porque o que compramos foi com o Bolsa Família de R$91,00, mesmo "regando", não durou 15 dias, rasga a gente por dentro. O único meio foi ir pra rua me prostituir. Ao menos alguma coisa tem pra comer todo dia. Não preciso pegar lixo da rua pra comer.’”

Essa é a terrível realidade perante a fome, que se agrava entre as mulheres, negras, solteiras e mães. Se veem forçadas a buscar medidas desesperadas. Devido ao machismo estrutural do capitalismo são as mulheres que estão nos postos mais precários, em especial no postos terceirizados. Durante toda a pandemia não paramos de receber denúncias de trabalhadoras terceirizadas com salários atrasados e sendo demitidas.

Enquanto os trabalhadores estão cada dia mais entregues ao desespero perante o desemprego e a fome, os governadores e Bolsonaro seguem governando para os grandes empresários, garantindo seus lucros milionários, aplicando ajuste econômicos e fazendo valer a reforma trabalhista e da previdência. O BNDES registrou lucro líquido recorde de R$ 20,7 bilhões em 2020. Já a Ford, essa que fechou as portas deixando milhares passando fome, informou lucro líquido de R$ 13,5 bilhões no terceiro trimestre de 2020. Já a LG, outra que fechou as portas no Brasil, e esta tendo de enfrentar com a resistência e a greve das trabalhadoras terceirizadas, teve lucro operacional de R$7,4 bilhões no trimestre de julho a setembro de 2021.

 
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