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CRISE NOS PARTIDOS
Vitorioso, agora Picciani fala em unir PMDB
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Após o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 17, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), afirmou nesta sexta-feira que vai fazer mudanças na indicação das oito vagas a que o partido terá direito na comissão especial do impeachment na Casa.

Picciani, filho do influente deputado estadual e presidente da Assembléia Legislativa do Rio há muitos mandatos tem expressado além de sua ambição pessoal, interesses comuns dos mais importantes políticos cariocas, como Paes, Pezão e seu pai. Para retomar sua maioria foram necessárias várias manobras alterando as secretarias estaduais e da capital carioca para que deputados do PMDB de seu estado voltassem a Brasília.

Agora que retornou à liderança nacional de seu partido na Câmara, o peemedebista disse que pretende contemplar todas as alas da bancada, inclusive deputados da sigla que são favoráveis ao afastamento da presidente Dilma Rousseff.

"Haverá mudanças nos nomes. Vamos começar do zero e conversar com o conjunto das alas, para encontrar uma escalação que unifique a bancada", afirmou Picciani, que foi reconduzido à liderança do PMDB nessa quinta-feira, oito dias após ser destituído do posto por articulação da ala pró-impeachment da bancada do PMDB e do vice-presidente Michel Temer.

"Ainda não pensei em nenhuma proporção (para divisão das vagas), mas vamos contemplar a todos", disse. Questionado se vai ouvir os peemedebistas pró-impeachment e se eles terão lugar na comissão especial, o líder respondeu: "Não podemos fingir que eles não existem. Faremos uma composição nova, um novo processo"

Picciani tinha sido destituído do cargo no último dia 9 de dezembro, após peemedebistas contrários ao governo articularem lista com 35 assinaturas que indicou o deputado Leonardo Quintão (MG) como líder em seu lugar. O movimento contrário ao parlamentar carioca começou após ele se recusar a contemplar deputados da ala pró-impeachment da presidente Dilma para algumas das oito vagas a que o PMDB tem direito na comissão especial.

A articulação terminou com a eleição de uma chapa avulsa, formada apenas por deputados contrários ao governo. Ontem, contudo, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal decidiu que só serão aceitas chapas com membros indicados pelos líderes partidários. Além disso, determinou que a eleição dos integrantes do colegiado deverá ser aberta e não secreta. Na prática, a decisão da Corte anulou a votação que já tinha ocorrido.

Divisões no PMDB prenunciam instabilidades e crises

Picciani afirmou que vai aguardar a decisão do novo calendário para a tramitação do processo de impeachment na Câmara, após as decisões do STF. "Creio que agora o processo vai transcorrer dentro da estabilidade de normas. Impeachment é um fato jurídico-político excepcional. Até agora o processo vinha acontecendo com muitas mudanças de direção, estava incerto, por causa da condução da Mesa da Câmara. Agora as regras estão claras, vejo as decisões do Supremo com muita clareza", afirmou. A mesa da Câmara era presidida pelo seu correligionário Eduardo Cunha.

O líder do PMDB reconheceu que pode ter se "equivocado" quando não contemplou a ala pró-impeachment na última indicação. "Se parte da bancada tem visão de que me equivoquei, não me cabe contestar. Vamos buscar o máximo de unidade possível agora", afirmou. Ele reconheceu que atualmente há divisões na bancada em relação ao impeachment. "Há uma divisão sem dúvida, muito embora continue identificando que a maioria ou é contrária ou é indefinida", comentou.

Sobre a possibilidade de os peemedebistas favoráveis ao impeachment fazerem nova tentativa de retirá-lo da liderança, Picciani disse esperar que este assunto "esteja resolvido". "Temos eleição de líder marcada para o início de fevereiro. A decisão será no voto, sem constrangimento dos deputados. Quem quiser a unidade do partido vai aguardar a eleição em fevereiro", declarou.

Embora tenha se insurgido contra a resolução da executiva nacional do PMDB, apoiada pelo vice-presidente da República e presidente do partido Michel Temer, que dificultou a filiação de novos parlamentares, o que também foi duramente criticado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Picciani negou que esteja em curso um movimento para tirar Temer do comando nacional da legenda. Renan e Temer travaram uma discussão pública nos últimos dois dias. O senador afirmou que o PMDB "não tem dono" e Temer respondeu que "não tem dono nem coronéis".

Picciani defendeu Renan. "Entendo as manifestações do presidente Renan como um apelo à unidade do partido e não uma tentativa de divisão", afirmou.
Por outro lado, há várias movimentações dentro do PMDB para maior independência ou ser contrários a tanto o palácio do Planalto como o domínio do partido que importantes políticos cariocas estão tentando. Está em jogo não só o posicionamento frente ao impeachment mas uma luta interna por espaço que influenciarão as eleições de 2016 bem como a disputa por quem dominará a candidatura do PMDB em 2018.

Na conjuntura atual onde o governo Dilma conseguiu importantes vitórias que tornam mais difícil o trâmite do impeachment, bem como mostrou força comparado a diminuição dos atos da direita a crise política sai do imediato impeachment ou não impeachment para dentro de uma luta dentro dos partidos por espaço e controle, a maior expressão disto se dá no mais fisiológico de todos, o PMDB. Com tantos interesses particulares há de se esperar muitas negociatas neste recesso parlamentar bem como o surgimento de dossiês contra diversos políticos. Com o PMDB com tanta importância política as entranhas de um regime político azeitado pela corrupção devem vir mais e mais a tona, contribuindo para manutenção da instabilidade política.

Esquerda Diário / Agência Estado

 
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