Imagem: Banco de Dados AND
O protesto dos motoristas e cobradores começou nesta quarta (14). Além de reivindicarem os salários e o ticket alimentação, que estão atrasados há mais de um ano, os trabalhadores também exigem a vacinação da categoria, que se expõe todos os dias em ônibus lotados. Eles contam que houve uma negociação para o pagamento dos atrasados em 10 parcelas, mas apenas quatro foram pagas.
Os rodoviários estão com os salários atrasados desde janeiro, quando receberam apenas parte dos rendimentos em adiantamento e o mesmo acontece com o ticket alimentação. De acordo com o Sindirodoviários, a paralisação vai continuar até que o impasse seja resolvido.
Além das manifestações por pagamento atrasado e vacinação dos trabalhadores, tem que ser apoiado em unanimidade pela categoria o retorno dos cobradores aos ônibus, que foram suspensos da função no transporte coletivo desde maio de 2020, onde no dia Internacional da Mulher, as mulheres deram o exemplo e estiveram na linha de frente do protesto.
Em resposta aos protestos por vacinação da categoria, realizados nesta terça (13), a justiça proibiu novas paralisações e determinou uma multa diária de R$100 mil caso essa medida fosse descumprida. Estipulou também que o Sindirodoviários se recuse a participar de qualquer paralisação que bloqueie o trânsito na Região Metropolitana da Grande Vitória e que a frota de ônibus mantenha 100% de sua capacidade de circulação.
Sobre os protestos na região, o procurador-geral do Estado anunciou que qualquer tipo de acordo, neste episódio, está fora de cogitação. Além disso, deslegitima a mobilização dos rodoviários e se isenta de responsabilidades, argumentando que não é função do Estado estabelecer a ordem de quem receberá a vacina primeiramente, mas sim do Ministério da Saúde.
Ao serem procurados pela TV Gazeta nessa manhã para informar quais providência serão tomadas, o GVBus, o Setpes e a Ceturb ES ainda não responderam.
É fundamental que as organizações de esquerda, a CSP Conlutas e os movimentos sociais independentes do PT, exijam das centrais em cada local de trabalho que rompam com sua política de dividir a luta dos trabalhadores dos transportes, negociar e entregar direitos da classe trabalhadora, esperando 2022 enquanto sofremos com as mortes, demissões e retirada de direitos, e construam o 20 de abril como um dia nacional de luta unificando os trabalhadores dos transportes e todos os focos de resistência que vêm se expressando, em defesa da vacina para todos, com a quebra das patentes, e também contra as demissões e demais ataques das patronais e governos.
Um dia de luta nacional, que unifique todas as resistências em curso, tem possibilidade de impactar na conjuntura nacional a favor de toda a classe trabalhadora, das mulheres, negros e demais setores oprimidos. Se trata de uma posição estratégica dos trabalhadores, pois são quem move as cidades e por isso, quando param, têm a capacidade de impactar outros setores.
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