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Lula quer privatização da Caixa, mas é preciso lutar por sistema bancário único e público
Lia Costa

Enquanto bancários seguem expostos ao vírus, lutam para garantir o atendimento à população, como o pagamento do insuficiente auxílio emergencial, e veem suas vidas e direitos sendo atacados; Lula, em entrevista para mídia burguesa, defende abrir caminho para a privatização da Caixa por via da abertura de capital. Isso enquanto o seu partido, PT, passivamente dirige a maioria dos sindicatos dos bancários pelo país sem impulsionar uma luta efetiva contra Bolsonaro e o regime do golpe institucional.

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Foto do ex-presidente Lula: Sérgio Lima (Poder360) / Foto Banco Caixa: divulgação

Lula, como vem fazendo desde que teve seus direitos políticos “devolvidos”, usou de sua entrevista com Reinaldo Azevedo - da grande mídia burguesa Band - para seguir com suas promessas para a direita golpista de que está disposto a manter os ataques já sofridos por nós trabalhadores por esse regime do golpe institucional. Inclusive, já promete poder aprofundar ainda mais esses ataques para garantir um lugar ao Sol por dentro desse mesmo regime que foi construído por cima do golpe institucional contra o próprio PT em 2016. Lula tenta se mostrar o mais viável possível para os interesses do capital e histórico para isso ele têm, pois durante seu governo, como o ex-presidente já lembrou em discurso, foi a época em que os banqueiros mais lucraram no país.

Se isso não fosse verdade, porque Lula abertamente falaria que defende, por exemplo, que o Banco Caixa fosse aberto para a entrada de capital privado? Enquanto Lula não fala de revogação das reformas pós golpe - até porque o PT antes mesmo do golpe institucional já vinha aplicando reformas e ataques, como a lei da terceirização - seu partido dirige a maior parte dos sindicatos de bancários no país, trabalhadores que tiveram seus direitos trabalhistas e previdenciários atacados, congelamento de salários, precarização nas condições de trabalho, sob ataques de uma série de reformulações estruturais nas agências, mas que são os verdadeiros responsáveis pela garantia do atendimento da maioria da população do país, se expondo dia a dia nessa pandemia. No que a defesa pela abertura de capital da Caixa representa para as condições de trabalho e vida desses trabalhadores, se os lucros sempre são seguidos pelo aumento da exploração dos trabalhadores?

Veja também: Maíra Machado: "Lula quer capital privado dentro da Caixa Econômica, Correios e Eletrobras".

O ex-presidente defendeu caminho aberto para a privatização pela via da economia mista da Caixa que é exatamente o banco que faz o pagamento do auxílio emergencial, atende a maior parte da população mais pobre do país, paga o seguro desemprego, FGTS, entre outros trabalhos fundamentais para a classe trabalhadora. Durante a pandemia vimos o quanto as privatizações de estatais se tornam um ataque contra todos os trabalhadores, como por exemplo, a empresa privatizada que deixou o Amapá sem luz durante a pandemia em 2020.

Ou seja, enquanto Lula faz demagogia dizendo que é preciso conciliar interesses para salvar nossas vidas, na verdade os únicos interesses que estão sendo defendidos são os daqueles que estão fazendo com que sejamos nós a pagar por essa crise. Lula acha que abrir caminho para a privatização do banco que atende os mais pobres vai ajudar em quê a população? Todos sabem que o enriquecimento de um punhado de grandes empresários não representa melhoria para a classe trabalhadora. Um exemplo disso é que em meio a pandemia, empresários do agronegócio e outros setores enriqueceram ainda mais as nossas custas, enquanto os trabalhadores estão sendo afundados em desemprego, na fome e morrendo por covid e outras doenças.

Enquanto os bancários são atacados e estão pagando com suas vidas por essa crise sanitária e econômica, a direção burocrata do PT dentro dos sindicatos que eles dirigem não organizou uma luta efetiva pelos seus direitos. Os trabalhadores adoecem durante a pandemia, enquanto suas direções ficam de braços cruzados, de quarentena. Muito menos cumpriu um papel de unificar as lutas dos trabalhadores em diversas categorias para que pudéssemos dar uma resposta contundente contra Bolsonaro e todo regime do golpe institucional.

As centrais sindicais precisam parar de cumprir esse papel de escritório para os patrões, abandonar essa política de que a única saída dos trabalhadores seria eleitoral, unificar a luta dos diversos setores de trabalhadores juntamente com os movimentos sociais e impulsionar a luta e a organização da nossa classe para que uma saída independente seja construída e que leve como um de seus programas a estatização do sistema financeiro e a centralização do sistema bancário público e sob controle dos trabalhadores.

Assim, todos os dados seriam centralizados e seria possível ter conhecimento sobre desvios de dinheiro dos mais ricos e acabar com a especulação financeira. Colocando as riquezas a serviço da população, oferecendo crédito para pequenos produtores, e que, sob controle operário, permitiria uma racionalização de todo o sistema financeiro, podendo-se abrir caminho para um planejamento de financiamento de obras públicas, da educação, da saúde, etc.

 
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