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EPIDEMIA DE DENGUE
Campinas vive novamente uma epidemia de dengue
Alessandra
Barbara Corrêa
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Foram notificados desde janeiro 14.901 casos de dengue, sendo 9.779 deles confirmados somente em Campinas, Mogi Guaçu, Itapira, Mogi Mirim, Limeira e Elias Fausto. Estas cidades confirmam estado de epidemia, mas a região inteira apresenta surto de dengue, e os bairros mais afetados são sempre aqueles em piores condições, ou seja, que não possuem saneamento básico, asfalto, que contêm entulho acumulado, etc.

Com três mortes por dengue, a prefeitura de Campinas admitiu epidemia e disse estar tomando medidas de combate. Colocou 41 guardas municipais e acionou 48 homens do Exército Brasileiro para fazer o combate na cidade, fechando caixas d’água, removendo entulhos e distribuindo kits de combate ao mosquito transmissor da doença. Porém, essas medidas do governo Jonas não estão sendo suficiente para diminuir a proliferação, pois os números de 2015 superaram o ano de 2014, que fechou como um dos municípios com maior número de casos no Brasil, 42.664.

Em sua maioria, os casos estão sendo tratados em postos de saúde, pois a superlotação e a procura pelos hospitais centrais tem sido imensa, com uma espera por atendimento de 8 a 10 horas. Além disso, a população está sem a ajuda do Pronto Atendimento São José, que é usado como Pronto Socorro e que desde outubro do ano passado está fechado para "reformas". Os pacientes dos bairros ao seu redor estão sendo encaminhados ao Hospital Mario Gatti, que tem sido o mais sobrecarregado.

Essa situação obriga os servidores públicos da área da saúde a trabalharem ofensivamente e sobrecarregados no tratamento dos pacientes. As condições precarizadas - com falta de material, atendimento nos corredores, longas esperas, ausência de estrutura adequada e falta de funcionários - dificultam o atendimento e nos levam a questionar os tantos repasses à saúde que não surtem efeito para quem de fato precisa.

Precisamos de uma saúde pública de qualidade, que seja capaz de evitar a contaminação pelos diferentes tipos de vírus ( DEN-1, DEN-2, DEN-3, DEN-4) e capaz de atender pacientes infectados sem infinitas esperas. Mas também que se coloque na perspectiva de colocar em xeque este modelo de saúde ligado aos mercenários convênios médico-hospitalares, que lucram bilhões enquanto os governos sucateiam a saúde pública.

Aproveitemos o momento de debate aberto sobre educação pública, com a greve dos professores estaduais, para debatermos também a saúde pública na cidade e realizarmos uma forte luta por saúde pública de qualidade. Os trabalhadores e seus filhos são com certeza os que mais são afetados em epidemias como a de dengue, a qual pode parecer algo a naturalizar-se, pois a frase "estou com dengue" já literalmente "viralizou" em Campinas.

Nessa terça-feira (7 de abril), dia mundial da saúde, trabalhadores do Hospital Ouro Verde organizaram uma paralisação e um ato nas avenidas Ruy Rodrigues e Armando Renganeschi, região do Ouro Verde, revindicando a contratação de mais trabalhadores. Mesmo com a recente contratação de 176 trabalhadores, o déficit de funcionários não foi suprido, o que aumenta a espera. Esse é mais um exemplo de situação precarizada tanto para o trabalhador da saúde quanto para a população de pacientes.

Precisamos revindicar uma saúde pública de qualidade, contando com a força dos servidores da saúde da cidade e com os demais setores da população, tanto na cidade de Campinas, quanto na região e demais cidades que possuem casos como esse, sejam eles epidêmicos ou não.


Foto: Wikipedia

 
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