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VACINA COVID-19
Quase 4 mil mortes diárias e 8% vacinado, é urgente a quebra de patentes e vacina para todos!
Lara Zaramella
Estudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Mais da metade das doses disponíveis para vacinação no país foram utilizadas e somente 8% da população está imunizada. Enquanto isso, as mortes diárias por Covid-19 só aumentam em meio à calamidade da condução da pandemia pelos governos. É urgente a quebra de patentes para garantir vacina para todos!

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Imagem: iStock

Apesar do presidente Bolsonaro afirmar que não faltam leitos no Brasil, o país passa pelo momento mais crítico da pandemia, somando 3 estados com mais de 100% na ocupação das UTIs, e 16 estados com mais de 90%.

A situação é de calamidade, em que estamos chegando a quase 4 mil mortes diárias por Covid-19, a população brasileira amargando com a fila por leitos, muitas vezes levando à morte nessa espera. Isso tudo ganha contornos ainda mais alarmantes quando vemos toda a política na campanha de vacinação.

Atualmente, em pouco mais de dois meses de vacinação e com o uso de 63% das doses disponibilizadas, temos somente 8,32% da população imunizada. Isso significa uma insuficiência bastante grande, em que mais da metade das vacinas disponíveis já foram utilizadas e sequer 10% da população está protegida.

Isso se dá pela política negacionista absurda de Bolsonaro, que anteriormente admitia não querer gastar dinheiro público com vacinas e que conduziu o combate à pandemia de forma absurda, condenando milhares à morte.

Entretanto, os governos estaduais, o Congresso e o STF, que se colocam como um setor do regime de oposição racional ao presidente, também não fizeram nada para mudar esse triste cenário que chegamos hoje. Pelo contrário, continuaram aprovando uma agenda de ataques no meio da pandemia ao longo do último ano, com cortes e congelamento de investimento na saúde e educação, com privatizações, e com medidas insuficientes de combate à pandemia, sem fornecer testes massivos, nem organizar uma quarentena racional, além de terem ficado de mãos dadas com Bolsonaro no momento de aprovar um auxílio de miséria.

Tanto Bolsonaro como os demais setores do regime político do golpe institucional no Brasil, com as diferenças que tenham e pareçam ter, defendem um mesmo ponto que é fundamental no combate à pandemia: todos são contra a quebra das patentes das vacinas e insumos. As patentes são justamente o mecanismo que permite às grandes empresas da indústria farmacêutica obter lucros bilionários em cima da morte de milhões ao redor do globo.

A carência e escassez de vacinas em todo o mundo ocorre, em grande parte, por conta do monopólio da produção por uma dúzia de empresas. Esse monopólio é garantido justamente pela existência de patentes, limitando a produção mundial. Nos principais países imperialistas, a insuficiência de vacinas também é uma realidade, mas em países periféricos isso é ainda mais alarmante, como o caso do Brasil, que tal fato é se agrava com as disputas políticas do regime e o negacionismo de Bolsonaro.

Atualmente existem laboratórios de pesquisa, incluindo alguns em território nacional, que encontram barreiras na investigação, teste e produção de insumos e vacinas, por conta do boicote da indústria farmacêutica. O caso mais recente é de uma vacina finlandesa que não tem patente, com imenso potencial, mas que tem suas pesquisas estancadas já há 10 meses por falta de apoio dos governos e das empresas farmacêuticas.

É irracional que existam pesquisas que possam aumentar a produção de imunizantes, garantindo a vacina para todos, e que estas se encontrem bloqueadas e paradas por falta de investimento de governos e indústrias. É preciso defender a quebra de patentes para que haja teste e desenvolvimento de vacinas que atendam à necessidade da população e que sejam controlados e dirigidos com autonomia dos pesquisadores, com independência dos governos que, juntos com as grandes empresas, já demonstraram que a produção de vacinas está subordinada aos seus lucros, mesmo que isso signifique a morte de milhões.

 
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