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Denúncia
Operadores com COVID são obrigados a trabalhar na indústria farmacêutica em Anápolis/GO
Comitê Esquerda Diário DF/GO
Cris Libertad
Professora da rede estadual em Anápolis - GO.

Uma indústria do pólo farmacêutico de Anápolis em Goiás, é investigada por obrigar seus funcionários contaminados a trabalharem com outros que não estão doentes.

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FOTO: Tecnotri

Nesta terça-feira, dia 30 de março, em Anápolis, município goiano que fica há 59 quilômetros da capital Goiânia, uma indústria situada no Distrito Agroindustrial (DAIA), da cidade passou por inspeção após denúncias de que tinha trabalhadores contaminados pela COVID-19. A visita dos órgãos de Vigilância Sanitária de Goiás e do município encontraram outras irregularidades, mas após conclusões poderá ser aberto um inquérito a fim de investigar quais seriam os responsáveis por ter funcionários doentes no laboratório farmacêutico. É notório que o nome da indústria não tenha sido revelado. Uma investigação feita pela polícia que guarda os interesses do Estado e da propriedade privada acobertando os patrões que atentam contra os trabalhadores a fim de proteger os seus lucros.

As indústrias em Anápolis não pararam um dia sequer desde o início da pandemia.
Os relatos de doentes de COVID-19 trabalhando são recorrentes. O polo farmoquímico do município goiano está entre os maiores do país. Ainda assim, agora no momento mais crítico da pandemia faltam medicamentos e insumos para pacientes intubados em hospitais goianos.

Somado a mais esse descaso com as vidas, com a falta de testes em massa e vacinas, muitos trabalhadores da indústria se veem obrigados a trabalhar mesmo doentes. Com o impulso da crise financeira acompanhada de uma inflação galopante que aumenta cotidianamente os preços da cesta básica e demais outros itens essenciais, um cenário de subemprego e desemprego que sobe como os preços, faz com que muitos operadores e auxiliares se sintam obrigados a trabalharem mesmo doentes e sabendo do risco de contaminação de seus companheiros nos locais de trabalho, pois o medo do desemprego e o desalento são maiores. Os acionistas e os patrões sabem dessa realidade e pouco fazem, atuam no sentido de pontuar protocolos vazios de biossegurança, sem disponibilizar testes e isolamento aos trabalhadores doentes. Afinal, o lucro vale mais do que as vidas de milhares, que podem ser substituídos como as peças de suas máquinas. O governador de Goiás Ronaldo Caiado (DEM) e o prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP) são responsáveis por esses atos infligidos contra os trabalhadores, junto com todo esse regime golpista que tem dentre os seus protagonistas, Bolsonaro, Mourão, os militares e o STF.

Tal cenário de desolação que provoca indignação, também tem a colaboração das centrais sindicais, que estão inertes – não somente desde o princípio da pandemia, mas há alguns anos – fazendo as suas quarentenas, enquanto os trabalhadores adoecem e morrem aos milhares, todos os dias. Esses conglomerados industriais, deveriam ser estatizados e estar sob o controle dos trabalhadores tendo sua produção voltada para os insumos e materiais necessários para o combate à COVID-19, com comissões de higiene e segurança organizadas nestes espaços pela classe operária. Entretanto, os sindicatos seguem indiferentes, esperando por 2022? Por um impeachment contra Bolsonaro - que colocaria Mourão em seu lugar -?

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Mas, essa inércia que desmobiliza os trabalhadores não tardará a se extinguir. Que todos compreendam que não precisam entregar sua saúde e vida para os lucros destes senhores. Eles irão compreender que o que move essas indústrias não são as máquinas, mas eles que são os sujeitos que as movimentam e que os empresários, acionistas e esse regime golpista de conjunto não deve escolher aqueles que vivem e morrem em função dos lucros de poucos. A classe trabalhadora é quem move os motores da economia – tão endeusada e protegida como um ser que vive no éter – e que deve tomar as suas rédeas em favor de uma vida plena para todos.

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