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RACISMO ESTRUTURAL
Morte de jovens negros na pandemia aumentou quatro vezes mais do que entre jovens brancos
Redação

Racismo estrutural e precarização da vida da juventude: um estudo feito pela AFRO/Cebrap em parceria com o Vital Strategies revelou que o excesso de mortes de jovens negros em São Paulo chega a ser quatro vezes maior do que de jovens brancos em meio a pandemia.

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Imagem: Amanda Perobelli/REUTERS

A pesquisa foi feita a partir de dados do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde) e do sistema de informação da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais e busca analisar o excesso de mortes entre a população negra e branca com a pandemia. Ou seja, compara a quantidade de óbitos que já era esperado para o período com a realidade atual da pandemia.

A análise considera todos os óbitos por causas não externas (acidentes, mortes violentas), independentemente da causa básica de morte. Portanto, a pesquisa contempla também mortes indiretas pela pandemia, como, por exemplo, a sobrecarga nos hospitais que impede o tratamento de outras doenças.

Veja também: Covid mata mais preto e pobre do que rico em São Paulo. Veja mapa da desigualdade

O resultado escancara ainda mais o racismo estrutural da sociedade capitalista. Nacionalmente, o excesso de mortes para pretos e pardos foi de 27,8% enquanto para brancos foi de 17,6%. As maiores taxas de desigualdade racial foram registradas no Sudeste e no Sul do país (Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná).

No estado de São Paulo, governado pelo demagógico João Dória, a desigualdade é gritante. O excesso de mortes entre jovens negros foi de 25,1% enquanto entre jovens brancos foi de 11,5%. Entre os jovens de até 29 anos, o excesso de mortes da população negra foi quatro vezes maior do que o da população branca. Se por um lado hoje Dória governa um dos estados mais desiguais do país, por outro ele não faz nada para alterar essa realidade, pelo contrário, auxilia para aprofundar a miséria da população negra e pobre.

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Na última semana, um estudo feito pela Social Inequalities and Covid Mortality in the City of Sao Paulo (Desigualdades sociais e mortalidade pela Covid na cidade de São Paulo) já havia revelado um mapa da desigualdade da capital paulista: os bairros periféricos, composto majoritariamente por pessoas negras, também são os locais onde a mortalidade por COVID é mais alta.

Esses dados escancaram a profunda desigualdade racial brasileira e a precarização da vida da juventude, onde negros e negras tendem a ter a renda menor em trabalhos precários, portanto menos condições de ter acesso à saúde e alimentação adequada. Além disso, os trabalhadores da periferia estão sendo obrigados a pegar transporte público lotado todos os dias para ir trabalhar, sem acesso a EPis adequados e muito menos vacina, já que no país de Bolsonaro e dos golpistas os negros são também os menos vacinados.

 
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