A 2ª turma do STF esteve em sessão hoje, desde às 14h, julgando a suspeição de Sérgio Moro na condução do processo do caso do triplex do Guarujá que levou Lula à prisão em 2018. A sessão se manteve mesmo com pedido de adiamento de Edson Fachin, mas terminou em aberto pelo pedido de vista de Nunes Marques.
Mas o que marcou a sessão do STF de hoje, além das idas e vindas sobre a suspeição de Moro, foi discurso feroz de Gilmar Mendes contra Moro e sua condução da Lava-Jato:
"Meu voto não apenas descreve cadeia sucessiva a compromisso da imparcialidade como explicita surgimento e funcionamento do maior escândalo judicial da nossa história"
Porém, o próprio Gilmar Mendes teve que reconhecer que era um dos elogiadores da Lava-Jato, uma verdadeira farsa golpista com a carapuça do combate à corrupção. Mas não só, além disso Mendes em 2018 pediu mais tempo para analisar o pedido de habeas corpus de Lula, mantendo intacta a decisão da prisão arbitrária do ex-presidente.
Agora, em que está mais do que nunca escancarado o papel nefasto da Lava-jato, Gilmar Mendes, assim como os outros ministros do STF, tenta lavar suas mãos sobre a operação golpista que levou à prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro, para assim aprofundar ataques, reformas e privatizações aos trabalhadores. Ataques e reformas, como a reforma trabalhista, que diga-se de passagem, são apoiadas pelo mesmo Gilmar Mendes que fala de imparcialidade.
Enquanto o judiciário segue seu curso autoritário e de árbitro da política nacional, agora querendo lavar suas mãos sobre a operação que conduziram durante todos esses anos e que sustentou o golpe institucional, o PT segue se apoiando justamente nessa ala que agora é “inimiga” de Moro e da Lava-Jato para combater a arbitrariedade da prisão de Lula, assim fortalecem o poder autoritário do STF.
Nada mais a esperar, de quem sempre abriu espaço à direita e as forças reacionárias nos 13 anos em que foi governo, o que reuniu condições para o golpe institucional, e ainda manteve paralisada as direções sindicais para que o golpe, a prisão arbitrária de Lula, as reformas e ataques não fossem combatidas no único terreno possível, a luta de classes.
|