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USP
Pró-reitoria da USP quer impor modelo híbrido de ensino
Pedro Costa

A pró-reitoria da USP pretende tornar o ensino remoto, exceção implementada em tempos de pandemia, em regra. Para isso lançou no final do ano passado um edital aos professores, que servirá como primeira experiência para uma transição do ensino 100% presencial para um ensino híbrido.

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Não é de hoje que a reitoria e pró-reitoria da USP se mostram enquanto agentes de uma universidade cada vez mais elitista e precarizada, que não se importa com seus alunos mais pobres nem com seus trabalhadores.

Foi uma das últimas universidades do país a implementar as cotas raciais (que diga-se de passagem, só foram implementadas depois de muita pressão do ME), não garantiu internet para todos os moradores do CRUSP, para além de todos os absurdos que os estudantes que moram na USP tiveram que aguentar durante pandemia, também não garantiu EPIs para os trabalhadores do HU e nem liberação do grupo de risco, e hoje não garantem vacinação para todos que trabalham no hospital.

Lembramos também do Boat Show no ano passado, sediado na raia da USP, que mostra claramente como a reitoria está mais interessada em promover eventos para a elite paulistana, do que garantir condições mínimas de permanência.

No dia 10 de dezembro de 2020, lançou um edital aos professores, que segundo o que a pró-reitoria mesma escreveu, tem por objetivo “incentivar e fomentar a modernização e a reformulação das estruturas curriculares das diferentes unidades de ensino”, que trazem “mudanças curriculares significativas”, tal qual o ensino híbrido, que segundo o documento deverá estar presente nos cursos de graduação.

O edital contém duas categorias de propostas: a categoria A, que contempla “Reformulações Curriculares Completas”, que tem por objetivo “reformas amplas que contemplem propostas gerais e específicas (como anteriormente descrito) e tragam mudanças curriculares significativas, não apenas em relação aos métodos”. E a categoria B, que contempla “Readequações Curriculares”, que visa “o realinhamento ou readequação curricular de grupos de disciplinas e podem envolver aspectos conceituais e metodológicos”.

A burocracia universitária da USP, alinhada com o governo e projeto tucanos no estado, viu na pandemia uma oportunidade de ouro para implementar essa pauta antiga do ensino remoto. Em um primeiro momento, impôs goela a baixo da comunidade acadêmica o EaD, sem nenhum tipo de consulta ou deliberação por parte de nenhum dos 3 setores, agora quer transformar o modelo híbrido em permanente em todos os cursos de graduação sem nenhuma consulta aos mesmos 3 setores e também sem o conhecimento de boa parte dos estudantes.

O ensino híbrido é mais uma das formas de sucateamento da universidade pública, pois barateia os gastos com professores por um lado, e diminui a qualidade do ensino por outro, para além de que também é excludente com os alunos que não possuem acesso a internet e boas condições de estudo online.

Esta decisão autoritária se dar na USP, “universidade de excelência”, é também bastante estratégico do ponto de vista da precarização do ensino, pois abre um precedente para que outras universidades públicas também implementem o modelo híbrido.

Os estudantes são um alvo prioritário do governo Bolsonaro, que se mostraram enquanto linha de frente de enfrentamento ao bolsonarismo durante os massivos atos estudantis em maio de 2019.

É de suma importância que o DCE se posicione contrariamente à implementação do ensino híbrido. Fazemos um chamado a todos os CAs da USP dirigidos pela esquerda que se somem a luta contra o EaD permanente e chamamos também às diretorias a se posicionarem contra esse absurdo.

 
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