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DEMISSÕES NA FORD
Justiça concede o direito da Ford demitir com ou sem consenso nas negociações com o sindicato em Camaçari
Redação

Decisão do desembargador Edilton Meireles Oliveira dos Santos, numa clara manobra para liberar a Ford de qualquer compromisso com os trabalhadores, retirou das decisões anteriores a necessidade de “logro” nas negociações com o sindicato dos metalúrgicos de Camaçari, fortalecendo a intransigência da empresa, retirando a necessidade de consenso nas negociações.

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Foto: Carla Carniel/Reuters

Há pouco mais de uma semana, duas decisões judiciais determinavam que a Ford ficava proibida de demitir em massa em Camaçari (BA) e Taubaté (SP) enquanto a negociação com o sindicato não "logre êxito". De acordo com o desembargador do trabalho no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região Edilton Meireles Oliveira dos Santos, a necessidade de “lograr êxito” poderia servir aos trabalhadores para segurar as demissões, atrasando ou postergando as negociações.

Fica evidente que, se antes do golpe institucional, o trabalhador como parte fraca das negociações já era uma falácia para encobrir o verdadeiro papel da justiça do trabalho de garantidor dos direitos patronais, agora o desembargador citado inverte a situação e coloca os trabalhadores como chantageadores. Por esse motivo retirou, em sua decisão, o termo "logre êxito", o que fortalece a posição da Ford de encerrar suas operações no país de forma totalmente unilateral e sem negociação, impondo da sua forma o fechamento, deixando milhares de famílias na rua com um impacto que pode ser muito maior que o esperado.

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A Ford vem se aproveitando do fortalecimento e da unidade nos ataques dos setores patronais e das diversas alas do regime político brasileiro, do contexto da pandemia que dificulta medidas de enfrentamento por parte dos trabalhadores, e da trégua das centrais sindicais com os capitalistas para sair do país, mesmo tendo por mais de 100 anos se beneficiado de medidas de estímulo e isenções que garantiram a montadora superlucros durante sua estadia no país.

A decisão do TRT demonstra que a justiça do trabalho, assim como todo o poder judiciário e as leis estão a favor das patronais para lhes garantirem liberdade de demitir e atacar direitos livremente. O termo "logre êxito", uma pedra no sapato da montadora norte-americana foi retirado a toque de caixa pelo desembargador em sua decisão e vai garantir a Ford uma escalada na intransigência nas negociações.

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Os sindicatos da CUT que dirigem essa enorme e poderosa categoria, que vem tratando essa ataque brutal com medidas judiciais e mobilizações pontuais, precisam rever seus métodos. Esse ataque que significa um golpe a toda classe trabalhadora brasileira, precisa ser combatido com os métodos próprios da classe, com greves, piquetes, manifestações e ocupações de fábricas em uma luta unificada entre todos os setores da classe operária, e não negociações e pequenas manifestações de pressão. As grandes centrais sindicais precisam sair da paralisia, parar de alimentar a confiança dos trabalhadores na justiça do estado burguês, que existe para garantir somente os direitos dos patrões e sua necessidade de aumentar seus níveis de exploração sobre os trabalhadores.

 
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