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Motoristas que prestam serviço para a empresa Rappi na cidade de Recife paralisaram hoje (9) e fizeram protesto com cerca de 50 trabalhadores em frente à sede da empresa no bairro de Boa Viagem reivindicando o aumento do valor da taxa de entrega e contra o bloqueio indevido que a Rappi faz quando o motorista escolhe não pegar o pedido por qualquer motivo.
Segundo os trabalhadores, por vezes, a empresa chega a acumular pedidos, e pagam apenas R$ 4,00 por 9km rodados. Esse valor é extremamente baixo, obriga os trabalhadores a cumprirem jornadas extenuantes para receber no final do mês um salário de fome.
"Estamos reivindicando os nossos direitos, pois a Rappi está escravizando os entregadores. Gente pegando pedidos de seis, sete carrinhos pagando 4 reais. Isso não existe". Os protestantes disseram que só voltam a realizar entregas pela cidade quando essa situação for resolvida.
Além do valor da taxa, outro ponto que levou os entregadores a paralisar na manhã de hoje é o fato de a empresa ter a liberdade de bloquear um entregador sem informar nem mesmo o motivo ou por quanto tempo isso irá ocorrer. Isso coloca os trabalhadores em posição de vulnerabilidade e competição uns entre os outros. Mal podem parar para se alimentar ou descansar que correm o risco de ser colocados para trás pelo aplicativo.
Não é a primeira vez que trabalhadores precarizados de aplicativos tem de se organizar contra as empresas. No ano passado foram duas grandes paralisações em diversas cidades do país. O Breque dos Apps foi uma forte demonstração de tomada de consciência por parte dessa juventude precarizada. “Não somos empreendedores, somos trabalhadores” disse um dos representantes dos inúmeros revoltados com a Rappi, ifood, loggi e todas essas milionárias empresas que lucram rios de dinheiro, principalmente na pandemia, nas costas destes jovens, em sua maioria negra, que enfrentam uma realidade brutal de fome e desemprego.
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